segunda-feira, 24 de agosto de 2009

ATA DO TAP - FESTA DO ALGODÃO E MISS ELEGANTE 1958

ATA RETIRADA DO LIVRO DE ATAS DO TAP

Aos 20 dias do mês de julho de 1958, foi realizada no club local a Festa do Algodão, organizada pelo T.A.P.
Para comentar a referida festa transcrevo abaixo o artigo do Dr. Fued Abdala Chebli, pelo jornal “A Defesa”de 24 – 8- 1958.
FESTA DO ALGODÃO
Escreveu Fued Abdala Chebli
Realizou-se no dia 20 de julho próximo passado, no sal’`ao principal da Sociedade Musical Santa Cecília, a tradicional festa do algodão, promovida pelos integrantes do Teatro de Amadores de Palma e animada por “Carmindinho” e seu conjunto, apontado sem favor como o melhor do Estado do Rio.
A grande festa, como se esperava, transcorreu com o brilhantismo e entusiasmo que caracterizam as iniciativas do T.A.P.
Como início das festividades, foi organizado um magnífico desfile de modas em tecidos de algodão, salientando-se as novas linhas “trapézio”, “saco”, “fofoca”, “colher”, ’”melindrosa” etc., do mesmo participando encantadoras senhoritas da sociedade local e visitantes, especialmente convidadas.
Ao ser iniciado o monumental desfile, já era das mais intensas a expectativa reinante entre os presentes. E precisamente as 22 horas, ante uma comissão julgadora escolhida com muito carinho, surgiu na passarela, linda, distribuindo sorrisos, desfilando com tranqüilidade e elegância um maravilhoso linha “balão”vermelho em cetim da Bangú, a Srta. Edméa Amaral Andrade, arrancando justos e vibrantes aplausos, e dando a todos a convicção de que voltaria a desfilar, agora ostentando o honroso e cobiçado título de “Miss Elegante” 1958.
Em seguida, desfilou a Srta. Nelza Alvim, envergando um lindo vestido “saco”em veludo verde, sendo também aplaudidíssima. Realmente nossa bela representante, pela graça e encanto que irradiava, fez jus àqueles aplausos.
A terceira a desfilar fioi a encantadora Ieda Alvim. E fê-lo num belo “fofoca”em veludo vermelho. Como as duas primeiras, também recebeu consagradora ovação.
Surgiu, então, na passarela a exuberante Maristela Oliveira, sob um “fofoca”em fustão rosa lhe regateando aplausos o grande número de pessoas presentes.
Com ansiedade, talvez pela sua condição de debutante, era aguardada a senhorita Selma de Castro, mas Selma desfilou como veterana, tal o seu desembaraço, encanto no andar e nos movimentos. Vestida de “saco”em malha azul, foi demorada e merecidamente aplaudida.
Também, Maria José Amaral, que escolheu Palma para sua terá natal, de “colher”em tecido côco ralado amarelo, desfilou, trazendo alegria aos nossos olhos, já que estava verdadeiramente linda. Foi, por isso mesmo, das mais aplaudidas.
Mas Cisneiros também se fez representar na festa do Algodão. E o importante e progressista distrito estava muito bem representado através da estonteante Wanilde Finamore, que deslizou sôbre a passarela num “baby doll” em frezela( ?), irradiando simpatia, transmitindo beleza, e graças ao seu desembaraço com que se apresentou, foi efusivamente aplaudida.
A festa do T.A.P. parecia atingir seu ponto máximo, quando o locutor anunciou a Srta Irene Muratóri, graciosa representante da vizinha cidade de Muriaé, que desfilou um “colher” em tecido frezela(?), prestigiando, assim, nossa festa e arrancando entusiásticos aplausos.
Agora ia ser anunciada a última participante do desfile. E o animador mal acabou de mencionar Srta. Edelmira Menezes, as palmas estrugiram por todos os cantos do local em que se realizava a grande e esperada festa.
E em meio a tantas palmas, surgiu a representante de Miracema. Senhora absoluta de si, revelando impressionante desembaraço social, desfilou de “fofoca”em pied -de- poule, ela que trazia o título de a mais elegante do norte fluminense.
Agora que desfilara a última candidata ao título de “Miss Elegante” uma natural ansiedade e incontido nervosismo invadira a todos. Aqueles aplausos tributados às beldades parecem ainda hoje ecoar por toda a cidade. Embora agradável, era enorme a responsabilidade dos juízes. Cônscios dessa responsabilidade, houveram por bem solicitar aos felizes promotores da festa que fizessem desfilar em conjunto as nove representantes da beleza feminina. E graças à iniciativa da comissão julgadora, vimos Delicados pezinhos sustentando lindos corpos, perpassar por sobre a passarela, como que um desafio àqueles que tinham nos ombros o dever indeclinável de eleger a mais elegante.
Terminada a derradeira apresentação das candidatas, os olhares todos se convergiram para os juízes.
Os comentários fervilharam entre os presentes, numa demonstração assaz eloqüente de interesse em torno do veredictum a ser dado. E aquele vozeiro todo, como que por encanto, cedeu lugar ao mais completo silêncio. Ia ser anunciado o nome da vencedora do concurso. Palma conheceria, a partir daquele instante inesquecível, a “Miss Elegante”1958. E quando o locutor anunciou o nome da vencedora, so presentes se prorromperam em palmas, dando-nos a nítida impressão de que viria abaixo nosso clube, palco de tantas e tão memoráveis noitadas.
Surgiu, então, na passarela, Edméa Amaral Andrade, ostentando a faixa e a corôa que lhe deram o honroso título de Miss Elegante 1958. E Edméa estava mais linda do que nunca, feliz e elegante, distribuindo agradecimento dentro daquela modéstia que bem caracteriza as pessoas que se sabem dignas de admiração. Enquanto desfilava pela passarela, mais e mais era aplaudida.
Edméa recebia, assim, a consagração definitiva, a maior prova de que merecera o pomposo título.
Mas outras beldades também foram distinguidas com diversos títulos.
Nelza Alvim e Maria José Amaral, se colocaram respectivamente em primeiro e segundo lugares no concurso de trajes mais bonitos.
Wanilde Finamore e Edelmira Menezes foram as duas visitantes colocadas em 1o e 2o lugares recebendo, todas, além do título, por si só honroso, riquíssimos mimos.
Quase ao fim da festa, a comissão organizadora decidiu conceder mais um título, qual seja, o de Rainha do Algodão a uma das jovens presentes.
Procedida a votação, Edméa Amaral Andrade mais uma vez mereceu a preferência dos presentes, levando, assim, para o belo palacete da Rus Bias Fortes os dois títulos, juntando-os aos inúmeros que já possuía.
Ao encerrar estes modestos comentários, permita-me servir das colunas deste jornal, conceituado órgão editado nesta cidade, para transmitir a valorosa equipe do T.A.P. os meus sinceros cumprimentos pela magnífica festa de 20 de julho passado e ardentes votos para que levem adiante o grandioso plano de construir num futuro próximo sua séde nesta cidade.
À linda rainda do Algodão e Miss Elegante 1958, formulo votos para que seu longo e feliz reinado seja repleto de lindos sonhos.

A renda bruta foi de Cr$13.520,00, despesas de Cr$7.943,00, dando um saldo a favor do T.A.P. de Cr$5.577,00.
Para constar fiz a presente ata que será assinada pela diretoria e amadores que auxiliaram para o brilhantismo da festa.
Assinam: Maria Geralda Gomes, Hélcio Marcenes Silva, Helvécio Marcenes da Silva, Helvécio Nogueira, José Agrícola.

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