quinta-feira, 9 de abril de 2020

NAGIB, UM HOMEM DE PALAVRA!

Palma ainda era conhecida como Vila do Capivara quando os primeiros “turcos” começaram a chegar. O passaporte turco lhes escondia a verdadeira nacionalidade. Eram, como eles diziam, sírios-libaneses.
Sahid Maluf foi o primeiro a chegar. Casado com Naziha, assim que chegou, com o pouco dinheiro que tinha, abriu uma quitanda. Daí para um armazém de secos e molhados não demorou muito. Os filhos começaram a vir e os lucros também. Sahid tornou-se um próspero comerciante. Sua venda tinha de tudo um pouco: tecidos finos, brasileiros e importados, secos e molhados,  ferragens, armarinho e todo tipo de quinquilharia. Sahid enricou. Naziha era mulher de cama, mesa, fogão e balcão.
O tempo passou e Sahid escreveu uma carta para o os irmãos que moravam no Monte Líbano, numa pequena aldeia nas montanhas. Lá estavam seus pais , três irmãos e uma irmã: Khalil, Youssef, Nagib e Latife. Assim que eles receberam a carta e se encantaram com a prosperidade de Sahid, começaram a preparar a vinda para o Brasil. Latife estava casada de pouco, grávida pela primeira vez, e seu marido Feres se juntou aos cunhados para virem tentar a vida do outro lado do mundo. Latife ficaria em Deir el Qamar, onde os pais permaneceram,   até que Feres se estabilizasse no Brasil.
Assim foi feito.
Passagens compradas.
No Porto de Beirute o adeus.
Lágrimas e a esperança de dias melhores, longe da guerra e das perseguições . Se o Mediterrâneo era um “mundo”, o Atlãntico era temível. A tragédia do Titanic era recente.
Mas, chegaram ao Porto do Rio de Janeiro. O trem da Leopoldina Railways os trouxe para o interior de Minas Gerais. Uma nova vida se iniciava.
Em Palma, Sahid já se tornara , também, um grande comerciante de café. A chegada dos irmãos e do cunhado viria aliviar um pouco a quantidade de trabalho para ele e Naziha. E os irmãos Maluf se tornaram, em pouco tempo, os maiores comerciantes da região. Isto  provocou a ira e a inveja de alguns nativos.
Juca Rodrigues sentiu-se o mais prejudicado com o progresso dos “turcos” pois seus negócios que se espalhavam pelos distritos de Silveira Carvalho e Cachoeira Alegre começaram a “minguar”. A culpa era dos irmãos turcos.
Latife havia chegado há pouco  coma filha , Jamel. Youssef casara-se com Sahda e Khalil estava casado de pouco com Helena. Somente o caçula, Nagib, continuava solteiro.
Juca Rodrigues , já amargando um grande prejuízo, concluiu que a solução seria dar um susto nos turcos e contratou um matador para resolver o problema, eliminando pelo menos um dos irmãos.
Numa noite, quando os irmãos Maluf voltavam, a cavalo,  de uma fazenda lá pros lados de Banco Verde, eis que numa curva da estrada, já pertinho da Congelação, ,salta na frente deles o matador, com uma  carabina apontada para a cabeça de Youssef. Khalil, rapidamente, pega a espingarda que trazia junto ao arreio e atira, sem dó nem piedade no matador, para defender o irmão. O matador cai morto. E agora? O que  fazer? “Turcos”, mesmo endinheirados, não tinham privilégios nem quem os defendesse quando, numa briga ou demanda estivesse um brasileiro. Se Khalil for preso, quem cuidará de Helena? A solução, para evitar maiores transtornos, seria Nagib assumir a culpa e fugir. Nunca diria para ninguém quem fora o verdadeiro assassino. Assim foi feito.
Nagib juntou uma muda de roupa, pegou algum dinheiro e se embrenhou no mato. A polícia procurou e não o encontrou. De Palma para Juiz de Fora. De Juiz de Fora para o Rio. E, num navio que zarparia naqueles dias, partiu de volta para Deir el Qamar.  Voltou para perto dos pais, mas ficou para sempre longe dos irmãos.
No Brasil ficaram quatro, que também jamais reviram sua terra natal e seus pais. Triste a vida de quem fugia pelo mundo, deixando a terra natal e a família em busca de  dias melhores.
O tempo passou.
Estamos em 2016.
Uma excursão leva  um neto de Youssef ao Líbano. Lá ele vai conhecer Deir el Qamar e dois filhos  de Nagib  e familiares que ainda vivem lá.   Passeando por Deir el Qamar com  Antony, um dos netos de Nagib, Youssef, neto de Youssef, pergunta  como foi a vida de Nagib. Antony conta que foi uma vida, inicialmente, de muito sacrifício, pois Nagib, quando chegou do Brasil ainda pegou o Líbano numa situação  muito ruim. Nem país era. Mas ele se casou , teve filhos, netos, construiu um patrimônio com o que herdou dos pais e com o próprio trabalho. E morreu tragicamente quando, ao consertar um velho caminhão, o veículo caiu sobre ele, esmagando-o. Foi aí que Antony falou que o avô teve vontade de voltar ao Brasil, mas não o fez porque ele havia assassinado um homem quando  estivera em Palma. Youssef , então, perguntou se Nagib nunca contara que ele não matara ninguém. Surpreendido com a pergunta, Antony pediu que Youssef explicasse melhor.    Youssef contou a história verdadeira para um Antony cada vez mais espantado com a versão brasileira. Nagib mantivera a promessa de não dizer para ninguém quem fora o verdadeiro assassino, mesmo estando tão distante, mesmo que toda a família dele acreditasse que ele matara um homem quando viveu no Brasil.
Antony voltou do passeio aliviado. Youssef  ficou feliz por ter contado a verdade.  E Nagib teve, mesmo que tardiamente, sua memória aliviada do peso de uma morte que carregou por toda a vida.


quarta-feira, 8 de abril de 2020

O LIVRO DE PHILIPPE


Um dia comum de uma semana comum de um mês comum de  2013 - um ano não muito longe. Eu estava em minha loja trabalhando, quando o telefone tocou.
- Alô!
- Loja do Beto.
- Beto, sou eu, Jorgette. Você tá muito ocupado. Se não estiver, dá uma chegadinha aqui em casa.
-Agora!!!!
- Entra. Vem cá que eu quero ver se você quer um livro que eu achei.
E ela me deu um livro todo escrito em árabe, com dedicatória, algumas fotos de rostos que me pareceram familiares e , pela diagramação,  pareciam poesias.
Fui pra casa, fotografei a capa do livro e algumas páginas e publiquei no facebook com a pergunta: Quem traduz pra mim???? Voltei pra loja e trabalhei até a hora do almoço.
Chegando em casa, como ainda não acessava o face pelo celular, liguei o notebook e ...
Minha prima Leyla Maalouf enviara uma mensagem:
- Estou aqui em lágrimas desde a  hora em que vi a foto do livro. Onde você conseguiu? É um livro de poesias escrito por meu pai....
E me explicou que o pai escrevera aquele livro,.. que as fotos da capa, uma dela era ele Philippe Wadih Maalouf e uma outra foto do interior, era uma foto do pai dele, Wadih Maalouf (irmão de minha avó), o único que viveu e constituiu família no Líbano. O restante – Salim, João, José e Málaqui – veio para o Brasil e por aqui novas famílias surgiram.
Leyla, então, me disse que aquele livro era um exemplar único daquela edição pois, na década de 80, quando ela juntamente com os pais e irmão tiveram que abandonar Kfarkatra por causa da guerra, não saíram com nada além das roupas do corpo. Tudo ficou em casa. Tempos mais tarde quando lá voltaram, não havia sobrado pedra sobre pedra. Dentre os objetos perdidos, os livros do pai. Sobrara, então, aquele que estava nas minhas mãos.

Eu lhe perguntei se ela queria que eu enviasse o livro pelo correio.
- Não. Não. Não, Pode ser que a gente perca ele de novo.
Fiz uma cópia do livro, encadernei e enviei pelo correio. Guardei o original para entregar em mão quando ela viesse ao Brasil, em Palma ( o que aconteceu no final de julho do mesmo ano.
Quando minha encomenda chegou na França, várias outras cópias foram feitas e distribuídas entre os primos e primas (netos de Wadih e sobrinhos de Philippe).
Incrível como as coisas acontecem quando se referem à história de minha família libanesa. Na grande maioria das vezes, só felicidade



quinta-feira, 15 de setembro de 2016

PARA HELENA,
MINHA MÃE.

Mãe Helena. 
SAUDADE QUE NÃO VAI EMBORA. MAS, QUANTA LEMBRANÇA BOA!!!
Mãe, que saudade eu tenho de você!
Mãe, que vontade eu tenho de voltar no tempo e ter você de novo. Escutar aquele barulho “infernal” da máquina de costura.... e de passar a limpo o seu caderno de medida: “ comprimento da saia, tamanho da cava, de costura a costura,... e eu reclamava... mas passava a limpo (e tinha de ser com letra bonita).
Mãe, que vontade de ouvir outra vez a colher de pau mexendo a panela de angú bem de manhãzinha!!!! (parecia que era de madrugada)
Tudo o que eu reclamava!!!! Hoje me parece tão agradável. E me faz sentir tanta saudade!!!!
Sua voz, cantando, enquanto “pedalava” a máquina de costura.
Mãe, que saudade de você.
O vinho, no almoço de Natal te deixava tão alegre! O primeiro gole já arrancava uma sonora e gostosa gargalhada!!! Depois vinham as besteiras que falava. Aí, a gente é que ria!!!
Mãe, que vontade eu tenho de ouvir outras gargalhadas suas!!!!
Mãe, que saudade eu tenho de ouvir outra vez minhas filhas, bem pequenininhas chamando a vovó!!!! Da janela da minha casa a gente via a janela da sua casa. E na sua janela ,você, debruçada, chamando as meninas. “Vem cá!” hoje tem doce de leite!!!! Hoje tem sagú!!!!!
A roupinha com gola “marinheiro” que você fez para a Laila ficou tão linda!!
Tudo o que você fazia, hoje me dá saudade. Até sua “brabeza” quando a gente fazia alguma coisa errada.
E os castigos????: meu Deus!!!! Que tortura!!! Mas, que saudade!!!
Você deixou tudo em Palma para nos acompanhar. Em Juiz de Fora você se desdobrava nos trabalhos da casa, na costura e na paciência para conviver com as meninas e os meninos que ficavam lá em casa “ de pensão” para ajudar nas despesas, que eram muitas....
Ô, mãe, que saudade!!!!
Saudades das implicâncias mútuas, entre você e meu pai. Saudade do meu pai. Muita.
O, mãe. Que vontade de te abraçar.. Que saudade!!!
Saudade do seu cheiro. A senhora gostava de passar perfume despejando colônia nos cabelos!!!!Tomava banho de perfume. A gente reclamava. Mas hoje eu sinto saudade. E muita.
Helena Metri Pinto. Gostava de fazer pose!!!!! Gostava de um abraço. Gostava de um beijo! Então, mãe, me abraça. Eu te abraço. Me beija. Eu te beijo. E sinto seu cheiro. E sinto saudade!!!
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terça-feira, 30 de agosto de 2016

UMA HISTÓRIA DE AMOR LIBANESA
EM TERRAS BRASILEIRAS


Era uma vez, dois jovens, descendentes de libaneses.
Ele vive em Campinas . Ela  mora  em Recreio. Ele se chama Youssef  Abdallah. Ela se chama Nájila, da família Maalouf.
Os dois jovens iniciam um namoro . E se amam. A família de Youssef não aprova o namoro porque Nájila pertence a uma família com parcos recursos financeiros. Mas o amor fala mais alto e os dois continuam o romance.
O tempo passa .
- Vamos ficar noivos? Propõe Youssef.
Nájila fica radiante de felicidade. E entre eles, combinam que vão se casar. A mãe de Youssef, ao saber dos planos diz:
- Nájila é muito bonitinha. Mas é tão pobrezinha, não é?
E a mãe de Youssef, sob pena de lhe tirar todos os privilégios e até de deserdá-lo,  os obriga a  terminarem o namoro. Nájila chora. Youssef se entristece. E o namoro tem fim.
Nájila, desiludida,  se dedica à cozinha. Youssef,  também desiludido e inconformado, entra  em depressão. Depois de algum tempo decide ir para o seminário e diz que quer se tornar padre.
Mas o amor entre eles continua. Youssef, já prestes a receber o sacramento da Ordem vai para Recreio,  auxiliar o pároco da cidade, Padre Norberto. E revê Nájila. A chama do amor reacende. Mas a situação de “quase padre” os impede de reatarem o namoro. Padre Norberto percebe que Youssef só vai se tornar padre para fugir daquele amor. E para agredir a família. E o aconselha a abandonar a batina.
Os anos passam. Youssef desiste do sacerdócio e vai para São Paulo  estudar na universidade. Eles não se vêem mais. Nájila também vai para o São Paulo. Mas não se encontram. Youssef,  entristecido e magoado com a família, não retorna a Campinas nem quando a mãe dele adoece. E vem a falecer.
Mais de quarenta anos separam  a data do início do namoro.
Um dia, já residindo outra vez em Recreio, Nájila recebe um telefonema do irmão de Youssef.
-  Nájila, Youssef está na UTI de um hospital aqui no São Paulo . Não está nada bem de saúde e pediu-me que telefonasse para você e lhe pedisse para vir vê-lo.
Nájila reluta um pouco. Diz que  não tem porque ir. O irmão dela a aconselha a ir.E ela  resolve atender o pedido de Youssef.
No hospital, revê o grande amor de sua vida.
- Nájila – diz Youssef , você é a única mulher que eu amei na vida. Eu gostaria muito que você ficasse comigo até o fim dos meus dias.
- Eu não posso. Tenho meus compromisso em Recreio, tenho meu irmão, que ficou viúvo e mora comigo.
- Não faça isso. Por Favor. Fica comigo!!!!
- Eu te prometo, Youssef Quando você sair do hospital, eu voltarei para ficar com você pelo menos um mês, para conversarmos   e falarmos de nossas vidas .
- Não.  Fique agora.Por favor. Não vá.
Nájila sai chorando da UTI e se encontra com o irmão de Youssef.
- Melhem – diz Nájila. Eu tenho que ir. Não me despedi de Youssef, mas eu tenho que voltar. Meu ônibus sai daqui a uma hora da rodoviária.
Melhem argumenta , mas não a convence a ficar. Depois,   entra na UTI e conta a Youssef que Nájila se foi.
- Se Nágila não está na minha frente não há mais nada  que eu queira ver nesta vida.
Youssef fecha os olhos e chora.
E não volta mais a abrir seus olhos.
A noite passa.
Mais um dia e  Youssef com os olhos  fechados.
Vem a noite.
Amanhece e Youssef , ainda com olhos fechados, deixa esta vida.
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Nájila, passados mais de seis anos, ainda ama Youssef.
Nájila, com 70 anos de idade, chora.
E fala dele com carinho. Porque ele ainda vive em seu coração.


terça-feira, 23 de agosto de 2016

LÍBANO
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O PEQUENO GIGANTE  DO ORIENTE MÉDIO

 O MEU LÍBANO

Minha retina  foi tatuada
Com sua imagem iluminada
Pelo sol  que inundava
A montanha abençoada
Meu  pulmão cheio do ar
Filtrado pelo luar
Que  veio pratear
Seu céu, sua terra, seu mar
Meu coração no compasso
Com que apressava meu passo
Entrou em descompasso
E  findou a rima,
Findou  a estrada,
Findou o abraço,
Findou  o tempo...
Mas não findam nunca na retina, no pulmão
 No coração...
A imagem, o perfume, o cheiro,  o amor,
A emoção,  a imensa felicidade
Que ficaram gravadas por inteiro  na minha vida.



 TEU LÍBANO E O MEU
Tens o teu Líbano e tenho o meu.

O teu é o Líbano político, com seus problemas.

O meu é o Líbano natural e todas as suas belezas.

Tens o teu Líbano, de problemas e disputas; tenho o meu, de sonhos e esperanças.

Contenta-te com o Líbano da tua realidade, como eu me alegro com o Líbano da minha miragem.

Teu Líbano é um feixe de grunhidos políticos, que o Tempo se esforça por desatar;

Meu Líbano é uma cadeia de montanhas e colinas, elevando-se, reverente e majestosamente, na direção dos céus azuis.

Teu Líbano é um problema internacional a ser resolvido;

Meu Líbano é calmo, de vales encantados e cheio dos murmúrios de sinos de igrejas e sussurro de riachos.

Teu Líbano é uma contenda entre um senhor do Oeste e um adversário do Sul;

O meu é uma só montanha, serena, assentada entre o mar e as planícies, como um poeta entre uma eternidade e outra.

GIBRAN KAHLIL GIBRAN

Líbano. Não é somente um pequeno país com pouco mais de 10 mil quilômetros quadrados. O Líbano é  um mistério para quem o visita e para quem pensa que  duas semanas são suficientes para conhecê-lo inteiro. Quando saímos andando pelo país sentimos como se o espaço se multiplicasse a cada curva ... o Líbano se agiganta a cada olhar... Parece que sua área se  amplia  e ele não tem limites, ele não tem fronteira, ele não tem fim.  Não sei se é o amor que  ele desperta que nos faz vê-lo assim... não sei se é a quantidade imensa de monumentos (cada cidade tem  a sua importância na história do país)... não sei se são as incontáveis belezas que ele nos apresenta... Só sei que o pequeno Líbano é um gigante aos nossos olhos. Mas este gigante cabe inteirinho no meu coração.



 10 de julho
Domingo. Amanhece em Palma , MG. Brasil.
6 da manhã  no ponto do ônibus com as malas prontas para o início de uma viagem que promete ser muito boa.
Mas o motorista do ônibus, ao chegar no ponto, diz que aos domingos não há ônibus para Juiz de Fora.
Volto para casa. A solução é ir de carro para JF.
Em JF,  José Said nos espera para o café da manhã  e para o “ boa viagem”.
Com Clarice, Rômulo, José Said e Cláudia, passamos  um bom tempo à mesa de café tentando conter a ansiedade.
11h30min – Rodoviária de Juiz de Fora com destino a São Paulo.
18h30 min – Terminal Rodoviário do Tietê.
Táxi para Guarulhos.
Aeroporto de Guarulhos .  Apresentações.
Maria, Gardênia,  Amira, Duraid, Tamie, Norma e eu.
Uma longa espera para o vôo. Mas  nada que uma boa conversa não ajude a passar.
3 da madrugada – inicia  o vôo para Doha – Qatar.
11 noite – horário de Doha – aterrissamos  no Qatar.







Mais uma espera até as  8h30min da manhã seguinte, quando partimos para Beirute.
Tamizinha chega de Nova York e se junta a nós.
Muita ansiedade.
12h30min do dia 12 de julho – Aeroporto  Hafik Hariri. (apenas um pouco mais de 50 horas depois da saída de Palma...uffffffa)
Bagagens.... fila de espera... visto...
E tcham tcham tcham.
Zilda (nossa guia) e o ônibus nos esperam para irmos para o hotel.
Muita felicidade, surpresas, alegrias  e descobertas nos aguardam.
Yallllllaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! 





12 de julho
Dia destinado ao descanso da viagem e à adaptação ao fuso horário que apresenta uma diferença de 6 horas em relação ao Brasil.
Após a chegada ao hotel, o descanso fica para a noite.
Malas no quarto e pernas na rua.
Rita Maalouf, minha prima, vem ao hotel. Ela me dá as boas vindas e saímos para  um lanche.
O belo Manara , a beira mar, nos acolhe e  o carinho e a hospitalidade do libanês já se fazem sentir.






13 de julho

Tens o teu Líbano e tenho o meu.
O teu é o Líbano político, com seus problemas.
O meu é o Líbano natural e todas as suas belezas.”
Gibran Khalil Gibran

Oito da manhã. Nós nos encontramos no restaurante do hotel para o café da manhã.
Às nove, Zilda virá com o ônibus para o nosso primeiro passeio em terras libanesas.

O Líbano político com seus problemas é  deixado em  segundo plano. A partir de agora me interessa o natural  com todas as suas belezas.
Partimos em direção ao sul.
Reconheço o caminho que fiz há dois anos para Kfar Katra ( terra dos meus avós nas montanhas do Chouf). Em Damour , tomamos uma estrada à esquerda e iniciamos a subida. Meu coração se enche de emoção. Diferente da primeira vez. Mas  tão intensa como a primeira. Foi por aqui que passei  em 2014 quando fiz o caminho inverso  que meus avós fizeram em 1914 , quando deixaram a terra natal e rumaram para o desconhecido Brasil. Cortaram suas raízes , mas a seiva  ( o sangue) que corria  em suas veias era libanesa e lhes dava vida, lhes dava sempre a esperança do retorno que nunca houve. Por isto quis vir uma vez. E quis repetir pela segunda.  (acho que não será a última).
Subimos e nos deparamos com a beleza de Deir al-Kamar, o “Mosteiro da Lua”.
Minha cabeça gira 360 graus e são 360 graus de belezas e de história. O que fotografar? O que olhar? 
Aí eu deixo o coração guiar o olhar e gravar na retina mais do que na câmera fotográfica. O que eu olho é o que  registro. Depois , com a câmera,  gravo imagens do que há de mais belo no lugar.
O chafariz na praça principal, perto da bela Mesquita de Fakhereddine Osman Bin Younes. Giro o corpo e me deparo com várias lojas de souvenirs no souk. Um local onde parece  ser a  prefeitura da cidade. Por orientação de Zilda descemos uma escadaria e  voltamos no tempo quando vemos a igreja Saydet Al-Tallé, que tem sua origem datada de 451 d.C.









Daí partimos para o Castelo de Moussa. Este castelo, em estilo medieval,  demorou mais de 50 anos para ser construído pelo seu idealizador, Moussa Mamary, e é a realização de um sonho de criança de seu criador, motivo pelo qual foi severamente punido por seu professor durante as aulas. Moussa passava   o tempo desenhando o seu castelo.  O castigo dado por seu professor está representado em uma das muitas cenas que podemos ver durante a visita que fazemos pelos vários ambientes desta obra de arte.













Em seguida, vamos  para Beit Edinne.
O Palácio de Beit Edinne nos transporta para os encantos das Mil e Uma Noites.
Melhor do que descrever o que vi é mostrar as fotos que fiz do seu interior, com suas paredes , teto e pisos ricamente decorados. A história diz que a construção é o resultado do trabalho dos melhores arquitetos sírios, libaneses e italianos. Uma mistura mais do que perfeita.

















































Um saboroso  almoço no restaurante Kamal e em seguida, Niha, onde, segundo consta, está o túmulo (simbólico) do Profeta Jó ( Nabi Ayyub), num local  de muita importância para os drusos. Mais do que sagrado para drusos, muçulmanos e cristãos, o local transmite uma  energia mágica. E nos oferece uma belíssima vista.




















14 de julho
“Tens o teu Líbano, de problemas e disputas; tenho o meu, de sonhos e esperanças.”

Ainda não refeito das maravilhas do dia anterior, o dia 14 nos reserva um roteiro de sonho. A Gruta de Jeita que, por sua beleza, merece estar entre as maiores maravilhas do mundo. E é uma das mais belas grutas do mundo, com  suas  cavernas em dois níveis. Um teleférico nos conduz à parte superior. Uma beleza inebriante vista de perto pela longa passarela que a gente percorre no seu interior. Depois, um trenzinho nos leva à parte inferior:  descoberta em 1836, é inundada e  só pode ser visitada de barco. A água é realmente um rio  que abastece com água potável  uma grande parte da população libanesa.








































Museu Nacional de Beirute
Parece um monumento grego. Grandes colunas externas já nos dão a noção da grandiosidade do seu interior.





São dois andares , com um acervo tão valioso  que desperta em nós o desejo de , detalhadamente,  conhecer todos os objetos, os mosaicos, as estátuas, os sarcófagos... minuciosamente.  Os olhos bebem a beleza das peças e ficam inebriados diante do sarcófago do rei de Biblos quando a guia nos  mostra  a  mais antiga inscrição fenícia já encontrada,  com 19  letras do alfabeto que eles criaram e que influenciaram inclusive o nosso. O  segundo andar nos oferece a chance de conhecer  fascinantes  tesouros da antiguidade como objetos de vidro, cerâmica, moedas , joias...


























































Após a visita ao museu, rumamos para o Al Saha, um belo restaurante da capital libanesa.  O restaurante se parece com uma cidade antiga, cercada por muralhas, com ruas estreitas e lojas de souvenirs. E uma comida de  comer rezando.









15 de julho
Contenta-te com o Líbano da tua realidade, como eu me alegro com o Líbano da minha miragem.”

Hoje é o dia de transformar meu sonho, minha miragem, num cenário real.
Desde pequeno, quando ganhei um cartão postal com uma foto do Festival de Baalbeck, trazia comigo um desejo imenso de conhecer aquele museu a céu aberto.
E repito: Hoje é o dia.
Sento-me na poltrona da frente do ônibus, ao lado do motorista. Celular e máquina fotográfica na mão para registrar cada pedacinho deste chão do Líbano.  E vamos em frente.
Baalbeck nos espera.
Um Mercado de  nome Brasil.
Um rebanho de ovelhas.
O vale do Bekaa.
As montanhas do Monte Líbano.
As montanhas do  Anti-Líbano.



























E eis que surge, grandiosa e majestosa, a cidade que povoou meus sonhos por muitas décadas.
Baalbeck.
Sinto uma estranha e maravilhosa emoção.
Meus pés vão pisar a  história.
Se nas fotos que vi durante minha vida,  Baalbeck era  um belo lugar... aqui, sob o sol  do Líbano, Heliópolis é monumental.
Um giro de 360 graus e os olhos não conseguem alcançar a magnitude do  que   esta região nos apresenta.
Logo na entrada de Baalbeck , satisfaço minha curiosidade de conhecer e tocar a Pedra Grávida ( a maior pedra talhada do mundo, com mais de 20 metros de comprimento, por mais de 4 metros de altura e  4 de largura.
Mas emoção mesmo  eu senti quando chegamos às ruínas  de  Heliópolis.
Júpiter? Baco? Vênus? Mercúrio? Ou Zeus,  Dionisio,  Afrodite e Hermes?   Se são romanos ou gregos, estes deuses foram mais do que reverenciados adorados e amados aqui. A monumentalidade dos templos  confirma este amor.
As fotos mostram melhor do que minhas palavras.





























































Vamos comer as melhores esfihas do Líbano?


Na volta para Beirute, parada obrigatória para conhecer  Ksara.
Conta-se que os padres que se instalaram na região iniciaram alí a fabricação de vinho. Mas naquele local, uma raposa aparecia todas as noites para caçar as galinhas do convento.
Uma noite, quando os padres seguiam a raposa  para acabar de vez  com as caças noturnas no galinheiro, viram que o animal entrara em um buraco.  Mais tarde descobriram que o buraco levava a um labirinto de tuneis de quase dois quilômetros de extensão, que apresentavam uma  temperatura ideal para a  conservação de vinhos.
Ainda hoje os  barris de vinho são conservados  ali nesta que é uma das melhores e mais antigas vinícolas do Oriente Médio em  atividade.







































16 de julho
“Teu Líbano é um feixe de grunhidos políticos, que o Tempo se esforça por desatar;
Meu Líbano é uma cadeia de montanhas e colinas, elevando-se, reverente e majestosamente, na direção dos céus azuis”

Ônibus na estrada em direção ao norte. O Mediterrâneo enfeita toda a nossa viagem com seu azul inigualável. O céu igualmente azul  espalha beleza  para o norte, para o sul e  abraça o leste e o oeste. O sol clareia o céu, o mar e a terra.

Passamos por Jounieh, Jbail, Batroun. São belas paisagens que se sucedem. Caminhamos por vários períodos da nossa história que nos envolve a cada quilômetro. Os olhos não sossegam. O coração não se aquieta. O Líbano é assim. É sangue fervendo e correndo acelerado pelas veias. E num ritmo mais lento, percorremos o país na direção norte. De repente, á direita da estrada, um castelo sobre uma rocha. Uma pequena ponte de pedra  nos conduz ao Castelo de Mouseilha, um castelo-fortaleza, da época do príncipe Fakhereddine, que o construiu em 1624 para proteger a estrada de Trípoli.

































Chegando a Trípoli,   um local  de arquitetura moderna, cheio de arcos e esplanadas nos remetem a Brasília. Estamos no Parque Internacional de Exposições Rachid Karam, um projeto ambicioso de Oscar Niemeyer.   O parque, composto por vários edifícios e jardins, não foi  totalmente concluído, o que não diminui sua beleza.










































Dali, saímos num tour pela cidade, em direção ao cais do porto.  Trípoli é uma grande cidade para os padrões libaneses.  Com uma história que vem desde o século IX a.C, Trípoli é  a capital do Líbano-Norte, sendo um grande centro comercial e financeiro do país.
Um passeio de barco pelo mar,  ao redor de ilhas  próximas , nos oferece uma bela vista da cidade e nos possibilita apreciar  a transparência e as cores do Mediterrâneo naquela região.























































O retorno a Beirute  nos conduz a Batroum e Jbail onde almoçamos no Abbou Phillipe, um restaurante à beira-mar. Nossa refeição é acompanhada pelo som das ondas que quebram na praia de Jbail (Biblos).



























Depois de passarmos por Jounieh,  ( uma bela rua antiga), uma visita a uma Gruta em honra a São Jorge.













































 17 de julho
“ Teu Líbano é um problema internacional a ser resolvido;
Meu Líbano é calmo, de vales encantados e cheio dos murmúrios de sinos de igrejas e sussurro de riachos.”

Todos os dias uma nova e grande emoção.
Nesta manhã de 17 de julho, saímos em direção ao sul.
Saímos em direção a Saida.
Vamos em direção a Sidon (Saida).
Iniciamos, com uma visita e uma bela mesquita.

























Vamos visitar páginas da Bíblia.
Vamos a Sidon (Mateus 15,21; Marcos 7.24, Atos 27,3)
Sinos de igrejas, sussurros de riachos... vamos  à  Gruta de Sayidet  al- Mantara ( transformada em capela) , ver Nossa Senhora da Espera... (hoje , uma grande igreja está sendo construída) e vamos subir a escadaria que leva à  torre de 40 metros e ver toda a região lá de cima... e ver depois os pés de alecrim  que nos lembram aqueles que um dia perfumaram as roupas de Jesus... Alí, o Papa João Paulo II , em 1997, disse e ficou gravado: O LÍBANO, MAIS DO QUE UM PAÍS, É UMA MENSAGEM.



































































No Suk, em frente ao Castelo do Mar,















































  depois de uma visita ao Museu do Sabão


















 uma oração  na Igreja Ortodoxa de São Nicolau, que  apresenta à   direita de sua entrada, uma pequena sala,  local por onde passaram e se reuniram   Pedro e Paulo no  ano 58 d.C







Um riqueza  que não será esquecida nunca : o BELO CASTELO DO MAR






















...e para terminar, Rest House (Restaurante) porque ninguém é de ferro.















 18 e 19 de julho
“Teu Líbano é uma contenda entre um senhor do Oeste e um adversário do Sul;
O meu é uma só montanha, serena, assentada entre o mar e as planícies, como um poeta entre uma eternidade e outra.”
Em kfar Qatra
Entre 1914 e 2016.
Entre uma eternidade e outra.
102 anos entre Málaqui, Feres Metre Khalil Maalouf. Entre Wadih, Melhem, José e Salim e os dias atuais.

E a prima Rita Maalouf veio fazer esta união entre os dois tempos.

Pela manhã , ela nos encontra, a mim e Norma, no  Hotel e partimos em direção ao coração do Líbano, ao meu coração, a Kfar Qatra.
Outra vez as emoções tomam conta de meus pensamentos, de meu coração, de minha alma...
Ao escrever este texto, vejo claramente o caminho que fizemos. Acho que estão gravados em minhas retinas todos os trechos pelos quais passamos até lá, todas as curvas... na minha memória, todos os cheiros, o perfume das montanhas, a luz do sol, o azul do céu, a cor e o sabor das frutas, o calor  dos abraços... e hoje, a saudade.
... e hoje, a saudade e a lembrança de um texto que escrevi em 2014.

Sei lá!
Ou sei?
Só sei  que eu me senti mais do que um rei!


Acho que é por causa do nome da minha avó:
Málaque, Málaqui e até Malaquia,
Que tem o significado de rainha
E era.

E unindo minha avó à majestade
Deu para fugir um pouco da realidade
E na realeza da rainha Málaque
Eu me senti o mais privilegiado dos mortais.

Quatorze de agosto.
E hoje já faz um mês!!!
Foi lá, bem lá depois daquela curva]
Que meus olhos viram o céu se misturar à terra.
Lá, onde Málaque deu adeus
Eu voltava. Eu era ela. Ela era eu.
Era Kfarkatra.
E hoje faz um século!!!!!
Eu, rei, com meus olhos dominei a paisagem
Pois me fizeram sentir o monarca daquele reino
Das uvas , peras e maçãs,
Dos abraços, dos beijos, dos carinhos, ]
Do calor do sol e dos corações,
Da família que me abriu braços e corações
 E me acolheu... e me acarinhou...
 E me fez feliz.



Uma... duas... três... incontáveis vezes percorro todas as ruas de Kfar Qatra. Em cada vez uma nova descoberta... um novo detalhe... as frutas na beira das ruas... pêssegos, figos maçãs, uvas, ameixas... zaatar... sumac... amêndoas, amoras...uma profusão de cheiros e sabores... e fontes... e lagos... casas de pedras e uma paisagem inesquecível!















































































































Simon, Helen, Naziha, Layale, Abdo, Lena, tio Assaad, tia Souad, Michel, Antony, Paul, Mira, tio Adib, tia Adma e calor humano. Muito.
Com  tio Assaad e tia  Souad, um passeio a Deir el Kamar
























 ... e, de volta a Kfar Qatra, à espera  de um jantar na casa de Michel Naziha, Helen e Antony






















 ... as aldeias das montanhas do Chouf à noite.

 o amnahecer em Kfar Qatra. Quase hora da partida.





















20 de julho
Kfardebien

Com tioAssaad e tia  Souad , um passeio até Kfardebien onde Rita nos aguarda.
Toda a família reunida em Kfardebien
E o reencontro com Leyla e Assaad. Jean, Milene e Maxime.
Ramzi, Rita,  Farid, Naya e Dounia.
Michel e Naziha,
Simon, Layale e os filhos.
Rima, o esposo e filhas.
Mireille, Georges (marido) Georges (pai) e as crianças.
Tudo  isso se transforma numa grande festa.













21 de julho

Saímos de Beirute  mais uma vez em direção às montanhas.

Antes, porém, uma visita a uma bela vinícola:










































Subimos para Tannourin. O agradável clima da montanha serve de passagem para  Huet Baatara com sua exuberante paisagem e o seu abismo de mais de 200 metros de profundidade. As águas que caem durante a primavera já não existem. Mas a beleza  persiste. E somos premiados  com a bela visão de estarmos na mesma altura das nuvens que cobrem parte das montanhas.

















































Partimos  em direção a Annaya para mais momentos de emoção e orações.
“Mar Charbel”.
O lugar onde São Charbel viveu, onde ele celebrou  a eucaristia, onde ele morreu. O Mosteiro de São Maron, local de peregrinação de cristãos, católicos, maronitas e onde se encontram os restos mortais  de  São Charbel. Indescritível o sentimento que se apossa de nossos corações. Mas que faz muito bem para a alma, isto é certo.
























 Retornamos a Beirute.



 À noite somos presenteados com a ilustre e agradável visita do professor Roberto Khatlab que, gentilmente, nos oferece e autografa seu livro “ Líbano – um oásis no Oriente Médio” e, em conversa informal nos brinda com seus conhecimentos que só vieram enriquecer  ainda mais o nosso passeio.












22 de julho

Beirute e  Festival de Verão em Baalbeck

Pela manhã vamos até a Marina de Beirute. Alugamos dois pequenos barcos. Queremos um passeio que nos leve até a Raouche. Diversão. E a beleza da paisagem.




















































Depois vamos para Hamra, região que concentra o melhor do comércio da capital libanesa: livrarias, cafés, restaurantes, cinemas, teatros, lojas de artesanatos, bares...


Almoçamos no Socrate, um excelente restaurante.


 Depois, vamos ara o hotel para descanso. A noite será movimentada com a volta a Baalbeck para assistirmos à abertura do Festival de Verão 2016. Neste ano é comemorado o sexagésimo ano de realização do famoso festival. A abertura  terá como atração  a o grupo de dança Caracalla.
O Caracalla foi criado em 1970 por Abdel-Hallim Caracalla e é,  hoje, uma das  maiores companhias de dança de todo o Oriente,  reconhecida e valorizada em todo o mundo principalmente por suas apresentações no Festival Internacional de Baalbeck, um dos eventos culturais mais antigos (60 anos) e mais importantes  do Oriente Médio.




























23 de julho
Como este país se agiganta diante de nossos olhos!
Sempre há  mais novidades a cada curva da estrada.
Sábado de manhã. Destino: Vale dos Cedros.
Começa  nosso passeio.
Subimos.... subimos.... subimos...
A mais de 1900 metros de altitude, aos pés do Pico Kornet El-Sawda, o mais alto do país. encontramos os famosos cedros do  Líbano, um bosque  de cerca de 400 árvores que cobre uma grande parte da região.






























































































































































Dali, partimos para o Museu Khalil Gibran.
Situado na encosta de uma bonita rocha, logo na entrada nos deparamos com um gigantesco busto de Gibran.















O Museu, além de objetos pessoas do escritor, conta com 170 quadros  dos 400 pintados por ele.
Dentro do museu encontra-se também o mausoléu onde estão os restos mortais do artista que sua irmã, atendendo a um pedido  deixado por Gibran,  trouxe dos Estados Unidos para Bcharre onde Gibran nasceu em 1883.
Nas imediações do Museu há uma Gruta que também merece uma visita e orações. Uma réplica da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes.




O tempo curto não nos permitiu um tour por Bcharre, mas, mesmo de fora, deu para ver a beleza desta cidade do norte do Líbano, situada a 1500 metros de altitude de onde se vê o Vale de Kadisha, que é parte do município.
Bcharre é a cidade do cedro original do lúbano , do Vale Santo de Kadish e  do poeta Gibran Khalil Gibran.










































A visão do Vale nos enche os olhos e alegra a alma.


24 de julho
Mais um dia dedicado ao meu encontro com amigos e familiares e à minha emocionante presença em um casamento libanês. Raras vezes na vida assisti a uma cerimônia tão bela   e participei de uma festa  alegre.






25 de julho


Vamos conhecer o Vale do Bekaa.
Cercado pelas duas cordilheiras que se estendem por quase todo o Líbano, o Monte Líbano e o Anti-Líbano, o Vale é simplesmente maravilhoso . Situado a 900 metros de altitude, é o celeiro do Líbano, ele se estende ao longo das montanhas e concentra quase metade das terras férteis e cultiváveis do Líbano, com plantações de batata, algodão, milho, trigo, frutas como maçãs. Pêssegos morangos, tâmaras, romãs além das uvas com as quais se produzem os melhores vinhos do país.






































Chegando ao Lago Karaoun, um lago artificial formado por uma barragem no Rio Litani, um passeio de barco e a privilegiada oportunidade de avistar o Monte Hermon, local onde se diz que Cristo se transfigurou.( Lucas - 9,28 - Oito dias após dizer estas palavras, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago  e subiu à montanha para rezar,)  )Sl 89,13  O norte e o sul, tu os criaste, O Tabor e o Hermon aclamam o teu nome).


















 Monte Hermon ao fundo
































Após o passeio, rumamos para Zahlé, a capital do Bekaa que tem a tradição da boa gastronomia  nos restaurantes concentrados  à beira do Rio Bardauni,  um local arborizado, extremamente agradável com  uma das melhores comidas do Líbano.



Após o passeio, rumamos para Zahlé, a capital do Bekaa que tem a tradição da boa gastronomia  nos restaurantes concentrados  à beira do Rio Bardauni,  um local arborizado, extremamente agradável com  uma das melhores comidas do Líbano.











Depois do  almoço , uma visita ao Santuário em homenagem à Virgem Maria, no topo de uma colina , a 1100 metros de altitude, chamada Dhour. Lál há uma capela na base de uma torre com mais de 50 metros altura. No alto da torre, de onde se tem uma bela vista para Zahle e das belezas do Vale do Bekaa, há uma estátua (com 9 metros de altura)  de Nossa Senhora com o menino Jesus no colo . Ele segurando um galho de trigo e ela um cacho de uvas, símbolos do Bekaa e da Eucaristia.






























Retorno a Beirute e o gostinho amargo do fim do passeio que se aproxima.

À noite, um passeio a pé pelo centro da capital.
Começamos pela Place de l’Etoile, a praça que tem no seu centro uma torre  com um grande relógio. Curiosidade é que este relógio e a torre foram salvos dos danos da guerra civil libanesa porque foram removidos antecipadamente. Hoje, a praça toda restaurada é um dos mais belos  pontos turísticos da capital.

















Em seguida, também a pé, seguimos para a  Place des Martyres, o marco zero de Beirute. No centro da praça está o monumento aos mártires, simbolizado por três estátuas de bronze. Este talvez seja um dos mais importantes símbolos de Beirute. O monumento perfurado por estilhaços  simboliza a violência das guerras. Mesmo que todo à sua volta seja restaurado ou reconstruído, a manutenção das estátuas  danificadas não deixarão  que caia no esquecimento os tempos de terror pelos quais passou o país.
Também nesta praça existe um valiosíssimo sítio arqueológico, descoberto depois da demolição de edifícios deixados em ruínas após a guerra civil.























Da praça, saímos em direção ao   Suk, hoje uma construção moderna, de onde partimos para  Zaitunay Bay, uma bela marinas, cheia de iates, cafés e restaurantes  ao longo de um calçadão com vista para o mar.



















Terminamos nosso passeio  próximo à Praça Rafik Hariri onde há uma estátua  onde o primeiro ministro que dá nome à praça foi assassinado num grave e grande atentado em  fevereiro de 2005.


26 de julho
Na manhã do dia 26, um taxi me levou do hotel para Rio Lento, onde fui conhecer o primo Pierre  Maalouf e sua esposa Joceline. Eles me ofereceram um café da manhã que contou com a presença de Michel, Liza, Georges, Michel Mounzer, Assaad e Leyla.  Eu fiquei muito  feliz e emocionado com a recepção e o carinho desta família conhecida tardiamente mas que  eu a tenho como se  a convivência fosse desde sempre.











Dali, fomos para a casa de Ramzi e Rita. Saímos para uma visita ao Museu dos Minerais, na Universidade Saint Joseph,  e em seguida almoçamos juntos. No fim da tarde, Assaad e Leyla me acompanharam até o hotel.



















A noite foi coroada com um  grande  e delicioso jantar de  confraternização e despedida no Restaurante Mannuela, em Jounyeh .





















































































27 de julho
Último dia no Líbano
No hotel









Vôo marcado para a tarde do dia 27 nos levou de volta a Doha, de onde partimos na manhã do dia 28 com destino a São Paulo.
Vôo tranquilo. De Guarulhos para o Terminal Tietê  e de São Paulo para Juiz de Fora, onde chegamos às 5h30min do dia 29. Na rodoviária de Juiz de Fora, José Said nos esperava. Ele nos trouxe para a partida  e nos recebeu na volta.  Ele e Cláudia nos ofereceram um saboroso café da manhã.

 A seguir, estrada para Palma,  onde já  estou começando a programar um passeio que seja tão emocionante como este.