LÍBANO
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O PEQUENO GIGANTE DO ORIENTE MÉDIO
O MEU LÍBANO
Minha retina foi
tatuada
Com sua imagem iluminada
Pelo sol que
inundava
A montanha abençoada
Meu pulmão cheio
do ar
Filtrado pelo luar
Que veio pratear
Seu céu, sua terra, seu mar
Meu coração no compasso
Com que apressava meu passo
Entrou em descompasso
E findou a rima,
Findou a estrada,
Findou o abraço,
Findou o tempo...
Mas não findam nunca na retina, no pulmão
No coração...
A imagem, o perfume, o cheiro, o amor,
A emoção, a imensa
felicidade
Que ficaram gravadas por inteiro na minha vida.
TEU LÍBANO E O MEU
Tens o teu Líbano e tenho o meu.
O teu é o Líbano político, com seus problemas.
O meu é o Líbano natural e todas as suas belezas.
Tens o teu Líbano, de problemas e disputas; tenho o meu, de sonhos e
esperanças.
Contenta-te com o Líbano da tua realidade, como eu me alegro com o Líbano da
minha miragem.
Teu Líbano é um feixe de grunhidos políticos, que o Tempo se esforça por
desatar;
Meu Líbano é uma cadeia de montanhas e colinas, elevando-se, reverente e
majestosamente, na direção dos céus azuis.
Teu Líbano é um problema internacional a ser resolvido;
Meu Líbano é calmo, de vales encantados e cheio dos murmúrios de sinos de
igrejas e sussurro de riachos.
Teu Líbano é uma contenda entre um senhor do Oeste e um adversário do Sul;
O meu é uma só montanha, serena, assentada entre o mar e as planícies, como um
poeta entre uma eternidade e outra.
GIBRAN KAHLIL GIBRAN
Líbano. Não é somente um pequeno país com pouco mais de 10 mil quilômetros quadrados. O Líbano é um mistério para quem o visita e para quem pensa que duas semanas são suficientes para conhecê-lo inteiro. Quando saímos andando pelo país sentimos como se o espaço se multiplicasse a cada curva ... o Líbano se agiganta a cada olhar... Parece que sua área se amplia e ele não tem limites, ele não tem fronteira, ele não tem fim. Não sei se é o amor que ele desperta que nos faz vê-lo assim... não sei se é a quantidade imensa de monumentos (cada cidade tem a sua importância na história do país)... não sei se são as incontáveis belezas que ele nos apresenta... Só sei que o pequeno Líbano é um gigante aos nossos olhos. Mas este gigante cabe inteirinho no meu coração.
10 de julho
Domingo.
Amanhece em Palma , MG. Brasil.
6 da manhã no ponto do ônibus com as malas prontas para
o início de uma viagem que promete ser muito boa.
Mas o motorista
do ônibus, ao chegar no ponto, diz que aos domingos não há ônibus para Juiz de
Fora.
Volto para casa.
A solução é ir de carro para JF.
Em JF, José Said nos espera para o café da
manhã e para o “ boa viagem”.
Com Clarice,
Rômulo, José Said e Cláudia, passamos um
bom tempo à mesa de café tentando conter a ansiedade.
11h30min –
Rodoviária de Juiz de Fora com destino a São Paulo.
18h30 min –
Terminal Rodoviário do Tietê.
Táxi para
Guarulhos.
Aeroporto de
Guarulhos . Apresentações.
Maria,
Gardênia, Amira, Duraid, Tamie, Norma e
eu.
Uma longa espera
para o vôo. Mas nada que uma boa
conversa não ajude a passar.
3 da madrugada –
inicia o vôo para Doha – Qatar.
11 noite –
horário de Doha – aterrissamos no Qatar.
Mais uma espera
até as 8h30min da manhã seguinte, quando
partimos para Beirute.
Tamizinha chega
de Nova York e se junta a nós.
Muita ansiedade.
12h30min do dia
12 de julho – Aeroporto Hafik Hariri.
(apenas um pouco mais de 50 horas depois da saída de Palma...uffffffa)
Bagagens....
fila de espera... visto...
E tcham tcham
tcham.
Zilda (nossa
guia) e o ônibus nos esperam para irmos para o hotel.
Muita
felicidade, surpresas, alegrias e
descobertas nos aguardam.
Yallllllaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
12 de julho
Dia destinado ao
descanso da viagem e à adaptação ao fuso horário que apresenta uma diferença de
6 horas em relação ao Brasil.
Após a chegada
ao hotel, o descanso fica para a noite.
Malas no quarto
e pernas na rua.
Rita Maalouf,
minha prima, vem ao hotel. Ela me dá as boas vindas e saímos para um lanche.
O belo Manara ,
a beira mar, nos acolhe e o carinho e a
hospitalidade do libanês já se fazem sentir.
13 de julho
“Tens o teu Líbano e tenho o meu.
O teu é o Líbano político, com seus problemas.
O meu é o Líbano natural e todas as suas belezas.”
Gibran Khalil Gibran
Oito da manhã. Nós nos encontramos no
restaurante do hotel para o café da manhã.
Às nove, Zilda virá com o ônibus para
o nosso primeiro passeio em terras libanesas.
O Líbano político com seus problemas
é deixado em segundo plano. A partir de agora me interessa
o natural com todas as suas belezas.
Partimos em direção ao sul.
Reconheço o caminho que fiz há dois
anos para Kfar Katra ( terra dos meus avós nas montanhas do Chouf). Em Damour ,
tomamos uma estrada à esquerda e iniciamos a subida. Meu coração se enche de
emoção. Diferente da primeira vez. Mas
tão intensa como a primeira. Foi por aqui que passei em 2014 quando fiz o caminho inverso que meus avós fizeram em 1914 , quando
deixaram a terra natal e rumaram para o desconhecido Brasil. Cortaram suas raízes
, mas a seiva ( o sangue) que
corria em suas veias era libanesa e lhes
dava vida, lhes dava sempre a esperança do retorno que nunca houve. Por isto
quis vir uma vez. E quis repetir pela segunda.
(acho que não será a última).
Subimos e nos deparamos com a beleza
de Deir al-Kamar, o “Mosteiro da Lua”.
Minha cabeça gira 360 graus e são 360
graus de belezas e de história. O que fotografar? O que olhar?
Aí eu deixo o coração guiar o olhar e
gravar na retina mais do que na câmera fotográfica. O que eu olho é o que registro. Depois , com a câmera, gravo imagens do que há de mais belo no
lugar.
O chafariz na praça principal, perto
da bela Mesquita de Fakhereddine Osman Bin Younes. Giro o corpo e me deparo com
várias lojas de souvenirs no souk. Um local onde parece ser a
prefeitura da cidade. Por orientação de Zilda descemos uma escadaria
e voltamos no tempo quando vemos a
igreja Saydet Al-Tallé, que tem sua origem datada de 451 d.C.
Daí partimos para o Castelo de
Moussa. Este castelo, em estilo medieval,
demorou mais de 50 anos para ser construído pelo seu idealizador, Moussa
Mamary, e é a realização de um sonho de criança de seu criador, motivo pelo
qual foi severamente punido por seu professor durante as aulas. Moussa passava o tempo desenhando o seu castelo. O castigo dado por seu professor está
representado em uma das muitas cenas que podemos ver durante a visita que
fazemos pelos vários ambientes desta obra de arte.
Em seguida, vamos para Beit Edinne.
O Palácio de Beit Edinne nos
transporta para os encantos das Mil e Uma Noites.
Melhor do que descrever o que vi é
mostrar as fotos que fiz do seu interior, com suas paredes , teto e pisos
ricamente decorados. A história diz que a construção é o resultado do trabalho
dos melhores arquitetos sírios, libaneses e italianos. Uma mistura mais do que
perfeita.
Um saboroso almoço no restaurante Kamal e em seguida,
Niha, onde, segundo consta, está o túmulo (simbólico) do Profeta Jó ( Nabi
Ayyub), num local de muita importância
para os drusos. Mais do que sagrado para drusos, muçulmanos e cristãos, o local
transmite uma energia mágica. E nos
oferece uma belíssima vista.
14 de julho
“Tens o teu Líbano, de problemas e
disputas; tenho o meu, de sonhos e esperanças.”
Ainda não refeito das maravilhas do dia
anterior, o dia 14 nos reserva um roteiro de sonho. A Gruta de Jeita que, por
sua beleza, merece estar entre as maiores maravilhas do mundo. E é uma das mais
belas grutas do mundo, com suas cavernas em dois níveis. Um teleférico nos
conduz à parte superior. Uma beleza inebriante vista de perto pela longa
passarela que a gente percorre no seu interior. Depois, um trenzinho nos leva à
parte inferior: descoberta em 1836, é inundada e só pode ser visitada de barco. A
água é realmente um rio que abastece com água potável uma grande parte da população libanesa.
Museu Nacional de Beirute
Parece um monumento grego. Grandes
colunas externas já nos dão a noção da grandiosidade do seu interior.
São dois andares , com um acervo tão valioso que desperta em nós o desejo de ,
detalhadamente, conhecer todos os
objetos, os mosaicos, as estátuas, os sarcófagos... minuciosamente. Os olhos bebem a beleza das peças e ficam
inebriados diante do sarcófago do rei de Biblos quando a guia nos mostra
a mais antiga inscrição fenícia
já encontrada, com 19 letras do alfabeto que eles criaram e que
influenciaram inclusive o nosso. O segundo andar nos oferece a chance
de conhecer fascinantes tesouros da antiguidade como objetos de
vidro, cerâmica, moedas , joias...
Após a visita ao museu, rumamos para o
Al Saha, um belo restaurante da capital libanesa. O restaurante se parece com uma cidade antiga, cercada por
muralhas, com ruas estreitas e lojas de souvenirs. E uma comida de comer rezando.
15 de julho
“Contenta-te com o Líbano da tua realidade, como eu
me alegro com o Líbano da minha miragem.”
Hoje é o dia de transformar meu
sonho, minha miragem, num cenário real.
Desde pequeno, quando ganhei um
cartão postal com uma foto do Festival de Baalbeck, trazia comigo um desejo
imenso de conhecer aquele museu a céu aberto.
E repito: Hoje é o dia.
Sento-me na poltrona da frente do
ônibus, ao lado do motorista. Celular e máquina fotográfica na mão para
registrar cada pedacinho deste chão do Líbano.
E vamos em frente.
Baalbeck nos espera.
Um Mercado de nome Brasil.
Um rebanho de ovelhas.
O vale do Bekaa.
As montanhas do Monte Líbano.
As montanhas do Anti-Líbano.
E eis que surge, grandiosa e
majestosa, a cidade que povoou meus sonhos por muitas décadas.
Baalbeck.
Sinto uma estranha e maravilhosa
emoção.
Meus pés vão pisar a história.
Se nas fotos que vi durante minha
vida, Baalbeck era um belo lugar... aqui,
sob o sol do Líbano, Heliópolis é
monumental.
Um giro de 360 graus e os olhos não
conseguem alcançar a magnitude do
que esta região nos apresenta.
Logo na entrada de Baalbeck ,
satisfaço minha curiosidade de conhecer e tocar a Pedra Grávida ( a maior pedra
talhada do mundo, com mais de 20 metros de comprimento, por mais de 4 metros de
altura e 4 de largura.
Mas emoção mesmo eu senti quando chegamos às ruínas de
Heliópolis.
Júpiter? Baco? Vênus? Mercúrio? Ou
Zeus, Dionisio, Afrodite e Hermes? Se são romanos ou gregos, estes deuses foram
mais do que reverenciados adorados e amados aqui. A monumentalidade dos
templos confirma este amor.
As fotos mostram melhor do que minhas
palavras.
Vamos comer as melhores esfihas do
Líbano?
Na volta para Beirute, parada
obrigatória para conhecer Ksara.
Conta-se que os padres que se
instalaram na região iniciaram alí a fabricação de vinho. Mas naquele local,
uma raposa aparecia todas as noites para caçar as galinhas do convento.
Uma noite, quando os padres seguiam a
raposa para acabar de vez com as caças noturnas no galinheiro, viram
que o animal entrara em um buraco. Mais
tarde descobriram que o buraco levava a um labirinto de tuneis de quase dois
quilômetros de extensão, que apresentavam uma
temperatura ideal para a
conservação de vinhos.
Ainda hoje os barris de vinho são conservados ali nesta que é uma das melhores e mais
antigas vinícolas do Oriente Médio em
atividade.
16 de julho
“Teu Líbano é um feixe de grunhidos
políticos, que o Tempo se esforça por desatar;
Meu Líbano é uma cadeia de montanhas e colinas, elevando-se, reverente e
majestosamente, na direção dos céus azuis”
Ônibus na estrada em direção ao
norte. O Mediterrâneo enfeita toda a nossa viagem com seu azul inigualável. O
céu igualmente azul espalha beleza para o norte, para o sul e abraça o leste e o oeste. O sol clareia o
céu, o mar e a terra.
Passamos por Jounieh, Jbail, Batroun.
São belas paisagens que se sucedem. Caminhamos por vários períodos da nossa
história que nos envolve a cada quilômetro. Os olhos não sossegam. O coração
não se aquieta. O Líbano é assim. É sangue fervendo e correndo acelerado pelas
veias. E num ritmo mais lento, percorremos o país na direção norte. De repente,
á direita da estrada, um castelo sobre uma rocha. Uma pequena ponte de
pedra nos conduz ao Castelo de Mouseilha,
um castelo-fortaleza, da época do príncipe Fakhereddine, que o construiu em
1624 para proteger a estrada de Trípoli.
Chegando a Trípoli, um local
de arquitetura moderna, cheio de arcos e esplanadas nos remetem a
Brasília. Estamos no Parque Internacional de Exposições Rachid Karam, um projeto ambicioso de Oscar Niemeyer. O parque, composto por vários edifícios e
jardins, não foi totalmente concluído, o
que não diminui sua beleza.
Dali, saímos num tour pela cidade, em
direção ao cais do porto. Trípoli é uma
grande cidade para os padrões libaneses.
Com uma história que vem desde o século IX a.C, Trípoli é a capital do Líbano-Norte, sendo um grande
centro comercial e financeiro do país.
Um passeio de barco pelo mar, ao redor de ilhas próximas , nos oferece uma bela vista da
cidade e nos possibilita apreciar a
transparência e as cores do Mediterrâneo naquela região.
O retorno a Beirute nos conduz a Batroum e Jbail onde almoçamos
no Abbou Phillipe, um restaurante à beira-mar. Nossa refeição é acompanhada
pelo som das ondas que quebram na praia de Jbail (Biblos).
Depois de passarmos por Jounieh, ( uma bela rua antiga), uma
visita a uma Gruta em honra a São Jorge.
17 de julho
“ Teu Líbano é um problema
internacional a ser resolvido;
Meu Líbano é calmo, de vales encantados e cheio dos murmúrios de sinos de
igrejas e sussurro de riachos.”
Todos os dias uma nova e grande
emoção.
Nesta manhã de 17 de julho, saímos em
direção ao sul.
Saímos em direção a Saida.
Vamos em direção a Sidon (Saida).
Iniciamos, com uma visita e uma bela mesquita.
Vamos visitar páginas da Bíblia.
Vamos a Sidon (Mateus 15,21; Marcos
7.24, Atos 27,3)
Sinos de igrejas, sussurros de
riachos... vamos à Gruta de Sayidet al- Mantara ( transformada em capela) , ver Nossa Senhora da Espera... (hoje , uma grande igreja está sendo construída) e
vamos subir a escadaria que leva à torre
de 40 metros e ver toda a região lá de cima... e ver depois os pés de
alecrim que nos lembram aqueles que um
dia perfumaram as roupas de Jesus... Alí, o Papa João Paulo II , em 1997, disse
e ficou gravado: O LÍBANO, MAIS DO QUE UM PAÍS, É UMA MENSAGEM.
No Suk, em frente ao Castelo do
Mar,
depois de uma visita ao Museu do
Sabão
uma oração na Igreja Ortodoxa de
São Nicolau, que apresenta à direita de sua entrada, uma pequena
sala, local por onde passaram e se
reuniram Pedro e Paulo no ano 58 d.C
Um riqueza que não será esquecida nunca : o BELO CASTELO DO MAR
...e para terminar, Rest House (Restaurante) porque ninguém é de ferro.
18 e 19 de julho
“Teu Líbano é uma contenda entre um
senhor do Oeste e um adversário do Sul;
O meu é uma só montanha, serena, assentada entre o mar e as planícies, como um
poeta entre uma eternidade e outra.”
Em kfar Qatra
Entre 1914 e
2016.
Entre uma
eternidade e outra.
102 anos entre
Málaqui, Feres Metre Khalil Maalouf. Entre Wadih, Melhem, José e Salim e os
dias atuais.
E a prima Rita
Maalouf veio fazer esta união entre os dois tempos.
Pela manhã , ela
nos encontra, a mim e Norma, no Hotel e
partimos em direção ao coração do Líbano, ao meu coração, a Kfar Qatra.
Outra vez as
emoções tomam conta de meus pensamentos, de meu coração, de minha alma...
Ao escrever este
texto, vejo claramente o caminho que fizemos. Acho que estão gravados em minhas
retinas todos os trechos pelos quais passamos até lá, todas as curvas... na
minha memória, todos os cheiros, o perfume das montanhas, a luz do sol, o azul
do céu, a cor e o sabor das frutas, o calor
dos abraços... e hoje, a saudade.
... e hoje, a
saudade e a lembrança de um texto que escrevi em 2014.
Sei lá!
Ou sei?
Só sei que eu me
senti mais do que um rei!
Acho que é por causa do nome da minha avó:
Málaque, Málaqui e até Malaquia,
Que tem o significado de rainha
E era.
E unindo minha avó à majestade
Deu para fugir um pouco da realidade
E na realeza da rainha Málaque
Eu me senti o mais privilegiado dos mortais.
Quatorze de agosto.
E hoje já faz um mês!!!
Foi lá, bem lá depois daquela curva]
Que meus olhos viram o céu se misturar à terra.
Lá, onde Málaque deu adeus
Eu voltava. Eu era ela. Ela era eu.
Era Kfarkatra.
E hoje faz um século!!!!!
Eu, rei, com meus olhos dominei a paisagem
Pois me fizeram sentir o monarca daquele reino
Das uvas , peras e maçãs,
Dos abraços, dos beijos, dos carinhos, ]
Do calor do sol e dos corações,
Da família que me abriu braços e corações
E me acolheu... e
me acarinhou...
E me fez feliz.
Uma... duas... três... incontáveis
vezes percorro todas as ruas de Kfar Qatra. Em cada vez uma nova descoberta...
um novo detalhe... as frutas na beira das ruas... pêssegos, figos maçãs, uvas,
ameixas... zaatar... sumac... amêndoas, amoras...uma profusão de cheiros e sabores...
e fontes... e lagos... casas de pedras e uma paisagem inesquecível!
Simon, Helen, Naziha, Layale, Abdo,
Lena, tio Assaad, tia Souad, Michel, Antony, Paul, Mira, tio Adib, tia Adma e
calor humano. Muito.
Com tio Assaad e tia Souad, um passeio a Deir el Kamar
... e, de volta a Kfar Qatra, à espera de um jantar na casa de Michel Naziha, Helen e Antony
... as aldeias das montanhas do Chouf à noite.
o amnahecer em Kfar Qatra. Quase hora da partida.
20 de julho
Kfardebien
Com tioAssaad e tia Souad , um passeio até
Kfardebien onde Rita nos aguarda.
Toda a família reunida em Kfardebien
E o reencontro com Leyla e Assaad.
Jean, Milene e Maxime.
Ramzi, Rita, Farid, Naya e Dounia.
Michel e Naziha,
Simon, Layale e os filhos.
Rima, o esposo e filhas.
Mireille, Georges (marido) Georges
(pai) e as crianças.
Tudo
isso se transforma numa grande festa.
21 de julho
Saímos de Beirute
mais uma vez em direção às montanhas.
Antes, porém, uma visita a uma bela vinícola:
Subimos para Tannourin. O
agradável clima da montanha serve de passagem para Huet Baatara com sua exuberante paisagem e o
seu abismo de mais de 200 metros de profundidade. As águas que caem durante a
primavera já não existem. Mas a beleza
persiste. E somos premiados com a
bela visão de estarmos na mesma altura das nuvens que cobrem parte das
montanhas.
Partimos em direção a Annaya para mais momentos de emoção e orações.
“Mar Charbel”.
O lugar onde São Charbel viveu, onde ele celebrou a eucaristia, onde ele morreu. O Mosteiro de São Maron, local de peregrinação de cristãos, católicos, maronitas e onde se encontram os restos mortais de São Charbel. Indescritível o sentimento que se apossa de nossos corações. Mas que faz muito bem para a alma, isto é certo.
Retornamos a Beirute.
À noite somos presenteados com a ilustre e agradável visita do professor Roberto Khatlab que, gentilmente, nos oferece e autografa seu livro “ Líbano – um oásis no Oriente Médio” e, em conversa informal nos brinda com seus conhecimentos que só vieram enriquecer ainda mais o nosso passeio.
22 de julho
Beirute e Festival de Verão em Baalbeck
Pela manhã vamos até a Marina de
Beirute. Alugamos dois pequenos barcos. Queremos um passeio que nos leve até a
Raouche. Diversão. E a beleza da paisagem.
Depois vamos para Hamra, região
que concentra o melhor do comércio da capital libanesa: livrarias, cafés,
restaurantes, cinemas, teatros, lojas de artesanatos, bares...
Almoçamos no Socrate, um
excelente restaurante.
Depois, vamos ara o hotel para descanso. A noite será
movimentada com a volta a Baalbeck para assistirmos à abertura do Festival de
Verão 2016. Neste ano é comemorado o sexagésimo ano de realização do famoso
festival. A abertura terá como
atração a o grupo de dança Caracalla.
O Caracalla foi criado em 1970 por
Abdel-Hallim Caracalla e é, hoje, uma
das maiores companhias de dança de todo
o Oriente, reconhecida e valorizada em
todo o mundo principalmente por suas apresentações no Festival Internacional de
Baalbeck, um dos eventos culturais mais antigos (60 anos) e mais importantes do Oriente Médio.
23 de julho
Como este país se agiganta diante de nossos olhos!
Sempre há mais
novidades a cada curva da estrada.
Sábado de manhã. Destino: Vale dos Cedros.
Começa nosso
passeio.
Subimos.... subimos.... subimos...
A mais de 1900 metros de altitude, aos pés do Pico Kornet
El-Sawda, o mais alto do país. encontramos os famosos cedros do Líbano, um bosque de cerca de 400 árvores que cobre uma grande
parte da região.
Dali, partimos para o Museu Khalil Gibran.
Situado na encosta de uma bonita rocha, logo na entrada
nos deparamos com um gigantesco busto de Gibran.
O Museu, além de objetos pessoas do escritor, conta com
170 quadros dos 400 pintados por ele.
Dentro do museu encontra-se também o mausoléu onde estão
os restos mortais do artista que sua irmã, atendendo a um pedido deixado por Gibran, trouxe dos Estados Unidos para Bcharre onde
Gibran nasceu em 1883.
Nas imediações do Museu há uma Gruta que também merece
uma visita e orações. Uma réplica da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes.
O tempo curto não nos permitiu um tour por Bcharre, mas,
mesmo de fora, deu para ver a beleza desta cidade do norte do Líbano, situada a
1500 metros de altitude de onde se vê o Vale de Kadisha, que é parte do
município.
Bcharre é a cidade do cedro original do lúbano , do Vale
Santo de Kadish e do poeta Gibran Khalil
Gibran.
A visão do Vale nos enche os olhos e alegra a alma.
24 de julho
Mais um dia dedicado ao meu encontro com amigos e
familiares e à minha emocionante presença em um casamento libanês. Raras vezes
na vida assisti a uma cerimônia tão bela
e participei de uma festa alegre.
25 de julho
Vamos conhecer o Vale do Bekaa.
Cercado pelas duas cordilheiras que se estendem por quase
todo o Líbano, o Monte Líbano e o Anti-Líbano, o Vale é simplesmente
maravilhoso . Situado a 900 metros de altitude, é o celeiro do Líbano, ele se
estende ao longo das montanhas e concentra quase metade das terras férteis e
cultiváveis do Líbano, com plantações de batata, algodão, milho, trigo, frutas
como maçãs. Pêssegos morangos, tâmaras, romãs além das uvas com as quais se
produzem os melhores vinhos do país.
Chegando ao Lago Karaoun, um lago artificial formado por
uma barragem no Rio Litani, um passeio de barco e a privilegiada oportunidade
de avistar o Monte Hermon, local onde se diz que Cristo se transfigurou.( Lucas - 9,28 - Oito dias após dizer estas palavras, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu à montanha para rezar,) )Sl 89,13 O norte e o sul, tu os criaste, O Tabor e o Hermon aclamam o teu nome).
Monte Hermon ao fundo
Após o passeio, rumamos para Zahlé, a capital do Bekaa
que tem a tradição da boa gastronomia
nos restaurantes concentrados à
beira do Rio Bardauni, um local
arborizado, extremamente agradável com
uma das melhores comidas do Líbano.
Após o passeio, rumamos para Zahlé, a capital do Bekaa que tem a tradição da boa gastronomia nos restaurantes concentrados à beira do Rio Bardauni, um local arborizado, extremamente agradável com uma das melhores comidas do Líbano.
Depois do almoço , uma visita ao
Santuário em homenagem à Virgem Maria, no topo de uma colina , a 1100 metros de
altitude, chamada Dhour. Lál há uma capela na base de uma torre com mais de 50
metros altura. No alto da torre, de onde se tem uma bela vista para Zahle e das
belezas do Vale do Bekaa, há uma estátua (com 9 metros de altura) de Nossa Senhora com o menino Jesus no colo .
Ele segurando um galho de trigo e ela um cacho de uvas, símbolos do Bekaa e da
Eucaristia.
Retorno a Beirute e o gostinho amargo
do fim do passeio que se aproxima.
À noite, um passeio a pé pelo centro
da capital.
Começamos pela Place de l’Etoile, a
praça que tem no seu centro uma torre
com um grande relógio. Curiosidade é que este relógio e a torre foram
salvos dos danos da guerra civil libanesa porque foram removidos
antecipadamente. Hoje, a praça toda restaurada é um dos mais belos pontos turísticos da capital.
Em seguida,
também a pé, seguimos para a Place des
Martyres, o marco zero de Beirute. No centro da praça está o monumento aos
mártires, simbolizado por três estátuas de bronze. Este talvez seja um dos mais
importantes símbolos de Beirute. O monumento perfurado por estilhaços simboliza a violência das guerras. Mesmo que
todo à sua volta seja restaurado ou reconstruído, a manutenção das
estátuas danificadas não deixarão que caia no esquecimento os tempos de terror
pelos quais passou o país.
Também nesta praça existe um
valiosíssimo sítio arqueológico, descoberto depois da demolição de edifícios
deixados em ruínas após a guerra civil.
Da praça, saímos em direção ao Suk, hoje uma construção moderna, de onde
partimos para Zaitunay Bay, uma bela
marinas, cheia de iates, cafés e restaurantes
ao longo de um calçadão com vista para o mar.
Terminamos nosso passeio próximo à Praça Rafik Hariri onde há uma
estátua onde o primeiro ministro que dá
nome à praça foi assassinado num grave e grande atentado em fevereiro de 2005.
26 de julho
Na manhã do dia
26, um taxi me levou do hotel para Rio Lento, onde fui conhecer o primo
Pierre Maalouf e sua esposa Joceline.
Eles me ofereceram um café da manhã que contou com a presença de Michel, Liza,
Georges, Michel Mounzer, Assaad e Leyla.
Eu fiquei muito feliz e
emocionado com a recepção e o carinho desta família conhecida tardiamente mas
que eu a tenho como se a convivência fosse desde sempre.
Dali, fomos para
a casa de Ramzi e Rita. Saímos para uma visita ao Museu dos Minerais, na
Universidade Saint Joseph, e em seguida
almoçamos juntos. No fim da tarde, Assaad e Leyla me acompanharam até o hotel.
A noite foi
coroada com um grande e delicioso jantar de confraternização e despedida no Restaurante
Mannuela, em Jounyeh .
27 de julho
Último dia no Líbano
No hotel
Vôo marcado para a tarde do dia 27
nos levou de volta a Doha, de onde partimos na manhã do dia 28 com destino a
São Paulo.
Vôo tranquilo. De Guarulhos para o
Terminal Tietê e de São Paulo para Juiz
de Fora, onde chegamos às 5h30min do dia 29. Na rodoviária de Juiz de Fora,
José Said nos esperava. Ele nos trouxe para a partida e nos recebeu na volta. Ele e Cláudia nos ofereceram um saboroso café
da manhã.
A seguir, estrada para Palma, onde já estou começando a programar um passeio
que seja tão emocionante como este.