terça-feira, 29 de maio de 2012

... E OS LIBANESES FORAM LEMBRADOS!

















Palma fez 120 anos no dia 24 de maio de 2012.
Cem anos depois da chegada dos imigrantes libaneses
por estas paragens, felizmente alguém se lembrou
da grande importância que os "turcos" tiveram por aqui.
Este blog tem um pouco do mérito por esta homenagem
que a Secretaria Municipal de Educação
prestou a tão importantes cidadãos
que por aqui  se  estabeleceram e colaboraram,
e muito, para a economia, principalmente, para o desenvolvimento 
do comércio do município.
Neste ano os NEMER, AUAD, ABDALLA,
METRI, CHICRE, SIMÃO, SALIM, MALUF, CALIL, DAHER,
MARON, SALUM, MIGUEL, NACIF, MANSUR,
CHEBLI, MENDER, AMMAR,AMARO...
 passaram a existir nos livros que
contam a história de Palma.  





segunda-feira, 21 de maio de 2012

PALMA NO INÍCIO DA DÉCADA DE 1950



Desfile escolar nos anos 50, na Rua Dr. Victor Ferreira.
Nesta rua, naquela época, havia:
BAZAR LEADER,  a primeira loja.
BAR DO BENÉ, onde hoje funciona o ELDORADO BAR.
CASARÃO onde hoje é o prédio da esquina do Calçadão com a Rua Heitor Barbosa.
SOBRADO, que pertenceu ao Juca Aarão e ao Geraldo Guedes (demolido
em 1957) .Hoje é o início da
Rua Heitor |Barbosa. 

ADMINISTRADORES DO MUNICÍPIO DE PALMA

CORONEL ANTONINO BARBOSA DE CASTRO E SILVA
1930 A 1936
1950  A 1955
JOSÉ BARBOSA DO AMARAL
1936 A 1947
ANTONIO JOSÉ DE ANDRADE
1948 A 1950
1959 A 1962
JOSÉ DE PAULA FREITAS
1955 A 1958
1963 A 1966
1973 A 1976
LUIZ GONZAGA TEIXEIRA DE BARROS
1967 A 1970
1977 A 1982
WELLINGTON DE PAULA ALVIM
1971 A 1972
MÁRIO CELSO FREITAS PINTO
1983 a 1987

MÁARIO LÚCIO GUEDES AMORIM
1987 A 1988
PEDRO PAULO METRE PINTO
1989 A 1992
LUIZ ANTONIO DE FREITAS
1993 A 1996
2005 A 2008
HIRAN VINICIUS MENDONÇA FINAMORE
1997 A 2000
JOÃO ANTONIO PEREIRA
2001 A 2004
CARLOS ROBERTO DE PAULA ALVIM
2009 A 2012

Nesta semana, no dia 24 de maio de 2012,
Palma comemora 120 anos
de emancipação político-administrativa.
Aproveito a oportunidade para
publicar fotos de todos os prefeitos
desde a primeira eleição, em 1930.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

LEMBRANÇAS DO QUE EU NÃO VIVI





Domingo, de manhã.

O carro na estrada, rumo a Silveira Carvalho.

Muito buraco, muita poeira e, parece mentira, muita lama.

Subo a Serra da Congelação e da Pedra Branca. Que tristeza saber que o túnel da Estrada de Ferro Leopoldina hoje é um lago, com peixes e pescadores.

Chego no Banco Verde e vejo as ruínas da velha estação cobertas de mato.

(Por aqui tem Cachoeira Alegre, Córrego Alegre. Ainda bem que não é Cachoeira triste...)

Chego em Silveira Carvalho, dobro na primeira à esquerda em direção a Cachoeira Alegre. À minha esquerda, logo aparece um casarão em ruínas. É a velha Fazenda Caeté. Na minha memória vem a foto de um casamento que vi muito quando era criança e que hoje, ampliada, enfeita uma parede d’O Califa.. E começo a me perguntar. Por que Mãe Alia e Tio Elias vieram se casar em Silveira Carvalho? Aí, nem Chapolim Colorado. Quem poderá me salvar???? Só tia Laila que, graças a Deus, está bem viva e com saúde em Juiz de Fora. Ela é irmã de minha mãe. Nos seus oitenta e tantos anos de idade, gosta de contar as histórias da família, e as enfeita bastante com um colorido que só a emoção e o amor sabem dar.



Segunda-feira, de manhã.


O carro na estrada, rumo a Juiz de Fora.

- Por que a Mãe Alia foi se casar lá em Silveira Carvalho?

- Papai tinha um venda muito boa lá.

E tia Laila conta:

- Era uma venda grande ,com muitas portas ,na frente da estação do trem. Vendia de tudo. Tinha fazendas, ferragens, secos e molhados. Papai tava muito bem de vida e era muito amigo do dono da Caeté. Então ele ofereceu pra fazer o casório lá. E a Maria ( a mãe Alia) era uma moça muito bonita. Teve até um homem muito rico, mas muito mesmo, que falou pro papai e pra mamãe irem no Rio e comprarem o melhor enxoval pra Maria porque ele queria casar com ela. A Maria era mesmo muito bonita. E as moças de Palma morriam de ciúme. Teve até gente de Palma que ficou com raiva e ciúme porque tinha umas filhas que não eram bonitas como a Maria e não conseguiam casamento.

Mas, quando o Elias soube que tinha um outro interessado na Maria, ele chamou a mamãe e falou que eles não podiam aceitar o ricaço como noivo da Maria. E o Elias falou que ele é que gostava da Maria e queria casar com ela..

- E o que é que o tio Elias fazia na época?

- Ele já tava bem. Tinha um caminhão de frete. E a mamãe gostava muito do Elias. Aí ela falou com o papai que a Maria tinha que casar era com o Elias. E foi uma festança das boas. E tem mais: o papai nunca quis deixar de ter a carpintaria dele. Ele falava que era uma profissão sagrada porque era a profissão de São José. O outro pretendente da Maria ficou tão triste que pegou as coisas dele e voltou pra terra (pro Líbano) e a gente nunca mais teve notícia dele.

- E aí?

- O papai fez uma festança pra Maria. A Amélia já tinha casado com o Feres quando ainda tinha quinze anos. A Maria casou com dezoito. Eu tinha de dois pra três anos mas lembro direitinho de como a Maria ficou bonita. E a mamãe sempre contava essa história pra gente.

- E o tio Elias.

- Tadinho do Elias. Era sozinho aqui no Brasil. Mamãe tinha muita peninha dele.Mas venceu na vida. Até que um tempo depois ele comprou a venda lá em Palma onde ficou até vender pra você.

- E o vovô Felix?

- Ele era um homem muito bom pra mamãe e pra gente. Todo mundo lá em Palma gostava muito dele. E ele era agradável demais. Além de tudo era muito bom carpinteiro. Fazia cada coisa linda. Muita gente encomendava móveis pra ele. A oficina dele era muito bem montada e ele gostava de trabalhar. Ele também gostava muito de comércio. Lá em cima perto do Chico de Oliveira, onde tinha aquela casa do Zé Maria e da Dona Cristina, o papai teve uma venda muito grande. Eram sete portas de venda onde vendia de tudo e era um ponto muito bom porque a estrada pra Miracema começava lá. E o movimento era muito bom porque quase tudo em Palma acontecia era lá em cima. Lá , teve até posto de gasolina!!! O papai vendia muita coisa boa. Sabe aquele jogo de chá dourado que tem lá na sua casa e que foi da Maria? Pois é. Ele era lá da venda do papai. O Cóte, tio do Quito foi que comprou e deu de presente pra Maria quando ela ainda era pequena. Quando ela casou , a mamãe deu pra ela levar pra casa dela. E é coisa muito boa , tanto que tá inteiro até hoje. E do mesmo jeito que tinha jogo de chá, tinha cada aparelho de jantar muito lindo também.

A conversa continua.

Uma Palma de um tempo que eu não vivi parece que se materializa na minha frente.

E ando pelas ruas, subo e desço os morros, sinto o cheirinho do café sendo coado e da broa de milho saindo do forno. Sinto , mais do que tudo, o perfume de uma época em que o mato nascia na beirada das calçadas de pedras grandes e altas e as jardineiras nas janelas exalavam o aroma dos jasmins e dos cravos. E vou de charrete rua acima . Os pensamentos voam, se esfumaçam e desaparecem. E volto.