segunda-feira, 28 de junho de 2010

HORA DO BRASIL 4

O número 4 veio na hora certa.
A Hora do Brasil 4 confirma o Brasil nas quartas de final.
BRASIL 3 X 0 CHILE


Carta da Roça

Arraiá Buraco Quente
Produtô do bão café
Onde us home são valente
Mais apanha das muié!


Sô Antoin, meu bão cumpade,
To aqui pra relatá,
As mais fresca novidade
Qui tão andano por cá!

A maió das novidade,
Qui tenho pra te contá,
É sobre um jogo gozado
Qui vi uns home jogá!

Fica tudo arriunido
Num terrero bem pachola
A sartá qui nem cabrito
Correno atrais de duma bola!

Um parcero do meu lado
Bufano que nem um For
Me disse que o tar de jogo,
Se chama de chutebór!

Meu cumpade, num magina!
O mundo levo a breca!
Pois o tar jogo mardito
Só se joga de cueca!

O chefe chama juiz.
Trais um apito na mão.
E o povaréo cá de fora
Chama ele de ladrão!

Todo mundo fica gira,
Na hora de cumeçá,
E quando o juiz apita,
O povo garra gritá:

Entra nele, bigodão!
Manda esse gajo pra cova!
Aí Novela! Entra Nirto!
Cavalão de Venda Nova!

É cada nome machóla
Qui si põe nos jogado,
Qui a gente inté tem vontade
De batê nos torcedô!

“Taca o pé nele, Bastião!
Pisa o arigó na barriga!
Segura abola Bição,
Seu franguêro duma figa!

Nisso um tar deTico-tico
Entra aquinem um motor.
O golêro dá um pinote
E a sisença grita: gôr!

Cumpade, qui fusarcada,
Qui banzé num fais o povo!
O juiz toda a buzina
Começa a farra de novo!

Um rapais garra a pelota,
Mais topa cum moço mão
Grita um cara: Aí, Bené!
Arrebenta esse curáo!

Cumpade, o jogo é medonho,
Sai nome feio e sai vaia...
Sai rastera e cabeçada
Sai inté rabo de arraia!

Mais o mió do istrupiço
É quando um cara magriço
Pra começá com o inguiço
Dana a berrá pru naris:
“Di si contê num mi posso,
Vamo acabá cuesse troço
Já ta mi dano uns negoço
Vamo matá o juiz!

Cumpade, a turma infezô,
Logo rancaro as butina
E o pau cumeu e ronco
Qui nem lá na Palestina!

Um fula ranço da arma
Deu um berro: Viva a Parma
E deu dois tiro pru á!
Largaro a bola prum lado
Vançaro no delegado
Cumpade, foi um xuá!

Sô Darton intrô na dança
Levo um tranco na pansa
Fico branco que nem gis!
Ao dispois deu um gumito
Saiu um troço inquisito
Era o apito do juiz!

O sururu cumpricô,
As coisas fico bem feia
Mais porem veio a puliça
E tudo foi pra cadeia!

Cumpade já é bem tarde
A lamparina apagô
Aceita um quebra-costela
Do veio, Zé Torcedô.

Publicado no Jornal A DEFESA, de Palma, no dia 6 de fevereiro de 1949

Um comentário:

betometri.blogspot.com disse...

Faltam as horas 5, 6 e 7. É só levar fé!!!

Ass.: Paulo Sérgio