quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

SOBRE O CAPIVARA, A EMOÇÃO DAS LEMBRANÇAS

Caro Beto,
eu quis comentar diretamente no seu blog,sempre muito bom, mas com meus modestos conhecimentos de internet, não consegui.
Aquelas fotos sobre o Ribeirão Capivara me tocaram profundamente.
Eu nasci aí em 1928 ( tô velhinho, né ?). A cidade tinha, praticamente, duas ruas principais na minha infância: a rua de cima, em frente a Matriz (onde minha família morava) e a de baixo, ligadas pelas duas ladeiras: a principal e a do Tiradentes. As ruas transversais quase nao existiam. Eram caminhos que levavam às fazendas; à zona rural. O nosso Capivara que deu o nome antigo ao lugar ( Vila do Capivara), atravessava, ainda bem limpo, a parte central da cidade. Na saída da Vila, na direção de Miracema, perto do Sítio do Totá, onde havia um moinho de fubá, tinha um poço ( largo com o remanso do ribeirão) e naquela margem , periodicamente acampavam os ciganos. Eram latoeiros,vendiam ouro, bugigangas, cavalos ( às vezes cegos). A gente os observava (crianças ainda) com um certo medo daquela gente estranha. Naquele poço a garotada se banhava, pulando de mergulho das margens, principalmente na época de verão.
Ah!, companheiro, que saudades da Palma da minha infância.
Abraço grande de seu fã. VHC.

2 comentários:

Unknown disse...

Caríssimo Beto

O que este senhor disse, nos deixa não com saudades do Capivara, mas com um certo remorso de não termos feito nada para salvá-lo. Nadei muito nos fundos da nossa casa na Rua João Pinheiro. Era fundo e dava até para mergulhar. Pescamos muitos lambaris e carás e matamos muitas cobras também. Hoje o que vemos, além da degradação do meio ambiente, vemos também, acreditem, colunas de sustentação de casas no meio do ribeirão!!! Que coisa. É inacreditável. Será que ainda nos resta tempo para fazermos alguma coisa? Todos juntos? Afinal, o Capivara não é só um ribeirão que passa em Palma. Todo mundo tem uma história para contar sobre ele, todo palmense tem algum tipo de vivência que envolve o Capivara.
Por isso ele é, antes de tudo, um patrimônio natural do município, é um patrimônio de todos os palmenses.

Um abraço,

Cléverson

betometri.blogspot.com disse...

Parabéns ao Sr. VHC, sobre o seu texto, relato de um arquivo vivo da história de Palma. Desejo muitos anos de vida a ele e que nos relate mais histórias.

Ass.: Paulo Sérgio