segunda-feira, 23 de maio de 2011

O CALIFA

Transcrevo,a seguir, uma bela mensagem que recebi por e-mail.
Saber que nosso trabalho tem a capacidade de propiciar a
emoção contida no texto  faz com que a gente vá em frente e
continue a garimpar o nosso passado,a nossa história,
em fotos, documentos, jornais e muitos, muitos " causos"...
...e compartilhar com pessoas queridas.



Bar do Beto
                Uma das coisas mais fascinantes para mim é viajar. Conhecer pessoas, novos hábitos, novas culturas, novas formas de olhar a vida e o mundo. E a vida, muitas vezes, nos prega peças, surpreende-nos com suas armadilhas e nos encaminha para grandes emoções.
                E numa dessas emoções, foi possível reconstruirmos, numa noite inesquecível, o mapa de nossa infância. Num bate papo alegre, prazeroso e no aconchego do bar do Beto, eu, meus irmãos, primo, sobrinha e amigas fomos, na medida do possível, reconstruindo a fisionomia de nosso passado e os acontecimentos que marcaram a singularidade de nossa história.
                À medida que fomos adentrando pelo bar, surgiam fotos, recortes de jornais, revistas, anúncios, colocando marcos nas significações e resgatando a vida vivida. E o burburinho de falas emocionadas, conversas bem altas, com ecos por todos os lados, risos e contos engraçados desfilavam como peças de um cenário, recompondo inúmeras lembranças – de nossa casa, do quintal sempre à espera das brincadeiras com irmãos, primos e amigos, das árvores que subíamos para desafiar os colegas, da primeira comunhão, da cruzada, das festas de aniversário, dos casamentos, das formaturas, das idas ao cinema, do Programa Helvécio Nogueira, com o domingo recheado de prêmios, das barraquinhas, dos teatros, das festas juninas, das procissões acompanhadas, sempre, de preces e pedidos.
                Visualizávamos o Grupo Escolar Artur Bernardes, a Escola Nossa Senhora Aparecida, a chegada do trem à estação com seu apito ensurdecedor, enchendo-a de gente curiosa, sonhadora, buscando a surpresa, os encontros, as novidades.
                E o Beto e a Zezé ouvindo e testemunhando tantas conversas, que ali foram alinhavadas para novos recomeços. Serviram deliciosos quibes recheados, pães, pastas, batatas como se, naquele momento, o sabor dos temperos, fizesse parte, também, do sabor das lembranças espalhadas pelo interior do bar.
                Um retorno gratificante, que nos proporcionou momentos inesquecíveis de memoráveis acontecimentos. A nossa história está intrinsecamente ligada à história de Palma, nossa terra natal, pelas vozes do nosso lar e daquelas que nos foram passadas pelas gerações, com suas ricas nuances e idiossincrasias. Relembrar as paisagens que foram cenários de tantas emoções e aprendizagens, formam a ambiência de cada espaço vivido e desfrutado.
                Esses momentos de sexta feira (dia 13) sob o sorriso da lua e o contorno das montanhas que nos cercavam, foram poucos, porém, intensos. Poderiam ter partido de uma pequena janela, de uma paisagem bucólica, ou de uma solitária porta, mas partiram do aconchego do Bar do Beto, e nos levaram para muito além, para sonhos que se espalharam pelos cantos da cidade, reconstruindo, dentro do possível, a fisionomia de um tempo atento a demarcação da nossa história.
                Esperamos que este bar seja, por muitos e muitos anos, o propiciador de inúmeros casos e sonhos, registrados pelas paredes que “falam” aos frequentadores assíduos, ou os que vêm de longe para encontrá-las .
                Obrigada Beto e Zezé pelo carinho e atenção. A família agradece. O nosso abraço.
Ismália

Muito obrigado.
beto

Nenhum comentário: