Fui presenteado por Luiz Sérgio de Freitas, filho de Luiz Gonzaga de Freitas (este, neto do Coronel Jeremias)
Em conversa com dona Áurea de Freitas, também neta do Coronel, recebi dela uma foto do Coronel e uma de dona Constança, esposa dele, em desenho feito pela própria dona Áurea.
Reproduzo abaixo as páginas do caderno de memórias, copiado por Horácio, e as fotos que me foram presenteadas por dona Áurea.
Embora grande parte dos fatos relatados já tenham sido publicados no livro O ASSASSINATO DO CORONEL FIRMO DE ARAUJO, de Maurício Monteiro, há muita novidade, pois os relatos que encontrei, eu os transcrevi na íntegra.
Cópia fiel da
página íntima de Jeremias de Araújo Freitas
Nasci no dia 22 de outubro
de 1848 na freguesia de Monte Alegre, hoje cidade do mesmo nome, no triângulo
mineiro, Estado de Minas Gerais.
Em 1858, em companhia de
meus pais Capitão Manoel Antonio de Freitas e Ana Emeri de Araujo transferimos
residência para aqui, nesse tempo Curato de São Francisco de Assis do Capivara,
que pertencia a freguesia de Santa Rita de Meia Pataca, hoje sede do município
de Cataguazes, que naquela época pertencia ao município de Feijão Cru, hoje
Leopoldina.
Em 1859 entrei para o
Colégio em São Felix, hoje cidade de
Pádua, do Estado do Rio de Janeiro, colégio este regido pelo professor
Bartolomeu Cordovil de Siqueira e Melo.
Frequentei este colégio
apenas oito meses e voltando a casa
paterna segui para Rio Novo, em Minas, onde fui prosseguir meus estudos de
primeiras letras tendo por professor Teófilo de Araujo, com quem acabei de
completar o curso primário. Voltando a casa paterna em 1862, ingressei-me no
serviço da lavoura em casa de meus pais.
Em 1867 estava eu com 19
anos, por ocasião da guerra com o Paraguay, havendo encarniçada luta entre os
partidos políticos na localidade, entre conservadores e liberais,
desencadeou-se uma tenaz perseguição e estando os conservadores no poder, fui
ameaçado de recrutamento, por ser minha família pertencente ao partido liberal.
Não foi sem grande
trabalho que consegui me livrar dos energúmenos políticos, apesar de ser de
menor idade.
Logo depois mudou-se a
situação política com a subida dos liberais ao poder, e seguiu-se um período de
tranquilidade, até 1870 com o término da guerra.
Começou aí o exercício de
meus direitos políticos, alistando-me como votante nas fileiras do partido
liberal.
Em 1872, por ocasião do
primeiro recenseamento fui nomeado
agente recenseador e membro da comissão
paroquial . Em 1875 fui feito eleitor especial para as eleições de Senadores e
Deputados, pela chamada eleição indireta (Lei Saraiva).
Por este sistema de
eleição os votantes Paroquiais elegiam um certo número de eleitores especiais,
os quais em um dia aprazado reuniam-se na sede do município, em colégio
eleitoral, para votarem em Senadores e Deputados e ahi disputavam os partidos os
seus candidatos. O colégio eleitoral, onde se reuniam os eleitores da Paroquia
do Capivara era São Paulo do Muriaé.
Sendo em 1877 criada a
Vila de Cataguazes, passou o Capivara a pertencer àquele município. A 25 de
abril de 1878, fui nomeado 1º Suplente de Sub-delegado e em 11 de janeiro de
1979 nomeado proprietário do cargo que
exerci até 1884. Tendo se levantado
nesse ano a idéia da propaganda republicana, criou-se o Club Republicano
Capivarense do qual fiz parte como um dos seus incorporadores, fazendo parte da
primeira diretoria como 1º Secretário e
por este motivo exonerei-me do cargo policial. Um fato que não devo esquecer é
de ser eu Delegado da Instrução pública e sendo, naquele tempo, como ainda hoje
o são, os professores públicos muito mal remunerados, a única cadeira da
instrução primária que havia estava vazia pelas dificuldades de casas para
alugar-se, pois estas estavam caríssimas.
Foi então que vindo à
Capivara o Dr. Joaquim de Carvalho
Dummond, Inspetor de ensino de Cataguazes, surgiu-nos a idéia de um
apelo aos pais de famílias no sentido de formar-se uma caixa destinada a pagar
o aluguel da casa para a escola. Assim incumbiu-me de promover a subscrição,
nomeando a dois amigos, Francisco José Martins de Almeida e Tomaz de Medeiros Pontes,
o primeiro farmacêutico e o 2º Agente da Estação, tratamos de organizar uma sociedade que teve a
denominação de Sociedade Capivarense
Amantes da Instrução, com fins mais amplos de proteção a instrução pública, e
tal foi a importância levantada, que as expensas da Sociedade foi construído um
prédio na Rua da Estação,, no qual ainda hoje funciona a escola pública, e cujo
prédio, com a criação da vila da Palma, foi doado ao Estado, cuja escritura foi
assinada por mim, como Presidente da
Sociedade. Um outro episódio que se prende ainda à instrução, naquela época,
foi o quase conflito, que se deu entre o Colégio Imaculada Conceição, regido
por Dona Izabel da Costa Mattos e o professor Zenon Dummond em 1885, no qual
tomei parte como Delegado da Instrução, em favor do Professor, por ser ele
vítima de uma falsa acusação, como ficou apurado em processo regular. Logo em
1886 levantou-se a campanha (da abolição), digo, Campanha pela abertura de uma
rua no povoado, rua esta que hoje tem os nomes de João Pinheiro e Costa Reis,
questão esta que tomou tal vulto e tão importante que envolveu toda a população
, formando-se partidos prós e contra e da qual tomei parte muito ativa ao lado dos companheiros Bernardo Magalhães, Raimundo Correia, Firmo
de Araujo e outros em favor da abertura
da rua onde já havia o direito de servidão. Mas o dono de um pequeno pedaço de
terra entre o patrimônio e a rua hoje
denominada Dr. Victor Ferreira, havia feito arbitrariamente uma vala impedindo o transito.
Eu e Bernardo Magalhães,
como representantes do povo, que exigia o restabelecimento do trânsito,
requeremos à Câmara municipal de Cataguazes a abertura da rua, mas a chicana
política entrou da parte dos adversários
nossos e ficou a questão na Câmara, que era composta de adversários nossos,
parada por muito tempo sem decisão, até
que houve eleições para novos vereadores.
Abrindo-se logo uma vaga
de vereador geral, fui, por amor da
questão da rua, eleito em 21 de novembro de 1886, vereador para pleitear no
seio da Câmara a reabertura da dita rua,
cargo que exerci até 1889, quando com a Proclamação da República foram
dissolvidas as Câmaras e criadas pelo Governo Provisório as Intendências
Municipais, ficando a questão da rua que já estava afeta ao Tribunal da
Relação.
Em 1891, criada a Vila da
Palma, fui por ato da sua criação nomeado Presidente da Intendência com ordem
de instalar o município, o que se efetuou em 28 de março do mesmo ano.
A Intendência compunha-se dos seguintes membros: Raimundo Correia do Espírito
Santo, Joaquim Moreira de Faria Alvim, Bernardo Fernandes de Magalhães e
Virgílio Pereira de Freitas.
O primeiro ato da
Intendência foi promover o processo de abertura da dita rua que passava assim
às suas atribuições. Autorizado pelo Governo Municipal fui a Ouro Preto promover o cancelamento da questão , reforçando a procuração dada por
mim e Bernardo Magalhães ao advogado Dr.
Francisco de Paula Ferreira e Costa e este decidiu a questão a favor da
desapropriação por utilidade pública, o que foi feito pela Intendência.
Calmo correu o período do
Governo Municipal pela Intendência , até ser eleita a primeira Comarca
Municipal da República.
Uma vez empossada esta,
não tardou as discussões políticas no seu seio, havendo logo duas renúncias de
vereadores. Já nesse tempo estava organizado o Diretório político do Município,
e na eleição para as duas vagas, tive de voltar a ocupar um lugar da Comarca
como Vereador. Fomos eleitos, eu e Emílio Brandão e tomamos posse em outubro de
18, digo, em 5 de novembro de 1892.
Havia na Câmara diversas
questões de importância e já haviam
decorrido oito meses e os serviços da organização municipal determinada pela
lei número 2 estavam em grande atraso, tal era a balbúrdia que reinava na
administração: Orçamentos, Estatutos dos Conselhos Distritais por serem
aprovados. Vendo, eu e o companheiro que acabávamos de entrar para a Câmara que
não podíamos conformar com aquela anarquia, protestamos, e aos nossos protestos
o Presidente da Câmara estabeleceu o regimento da obstrução. E não nos
conformando com isto deliberamos em plena sessão dar as nossas renúncias, no
que fomos acompanhados pelos vereadores Randolfo Barbosa e Manoel José
Rodrigues Gomes, isto no dia 15 de dezembro do mesmo ano.
Em 1894, com as eleições
para a nova Câmara, surgiu-se questões políticas de caráter grave,
estabelecendo-se luta em torno de duas correntes que se batiam em terrenos
opostos, tive que obedecer as conveniências partidárias e aceitar de novo o
lugar de vereador geral e foi nessa
Câmara que exerci o cargo de seu
presidente e Agente Executivo, interinamente e por espaço de um ano.
Deixando essa Câmara em
1899. Em 1900 fui nomeado Coletor Municipal em
janeiro e em Março Coletor Federal e em 1º de abril, Coletor Estadual
cumulativamente, não tendo aceitado os dois últimos, fiquei apenas como Coletor
Municipal, que exerci até 1907.
Ainda dentro desse período
de 32 anos de serviços a cargos públicos,
exerci por diversas vezes os
cargos de 1º , 2º, e 3º juiz de Paz do
distrito da cidade. Todos estes atos formam o acervo dos serviços prestados por
mim, os quais aqui ficam encerrados e
constam dos anais e arquivos
públicos, aos quais me reporto.
Fecho, portanto, em 1907 o
currículo dos meus serviços pela causa pública, tendo a felicidade de
colher de tudo isso honrosos documentos
em atestados, os quase guardo como um tesouro, constituindo a minha folha corrida,
que mercê de Deus será o patrimônio dos meus filhos
São portanto esses os
frutos colhidos nessa longa e penosa
jornada de vida, continuando a
viver satisfeito por não contar sequer um inimigo, nem mesmo desafeto.
Fazenda do Bahú,
16 de junho de 1917
(a)
Jeremias de
Araújo Freitas
REMINISCÊNCIAS
SEGUNDA FASE DO MEU
FADÁRIO
HISTÓRICO
Ao relatar esta segunda
fase da minha vida, procurarei descrever os fatos com toda a imparcialidade,
sem alterá-los na sua essência, sem paixões nem despeitos. Citarei nomes de
alguns protagonistas e vitimas para
assim ser fiel na sua narração.
Cumpre-me dissertar um
pouco nos antecedentes desses tenebrosos
dias para dar como causa eficiente do ocorrido.
De há muito se havia
formado nos municípios vizinhos de Itaperuna e Pádua no Estado do Rio de Janeiro,
grupos de “caçadores “ de ladrões de animais que infestavam não só
aqueles municípios como os de Palma, Cataguazes, Leopoldina e Muriahé no Estado
de Minas, alastrando-se até Cambucy, Monte Verde e Itaocara no E. do Rio. Este grupo chegou a linchar em Itaperuna e
Pádua indivíduos conhecidos como membros da nefasta quadrilha de ladrões. Na
madrugada de 6 de julho de 1912, foi a cidade de Palma invadida pelo grupo que operava em Itaperuna,
reforçado por grande número de pessoas do município. Foi assim que pelas quatro
horas da manhã daquele dia a população de Palma foi surpreendida com o bombardeio sobre a casa do Coletor
Federal, Olegário de Araújo Pereira, que conseguiu escapar ileso. Uma vez
instalado o numeroso grupo de carabineiros no centro da cidade em casa do Padre Joaquim
Rodrigues Cardoso, foram pelo grupo intimadas as autoridades Judiciárias e
policial a não procurarem tolher a sua
ação e desta casa os chefes fizeram sair
piquetes de carabineiros para todos os pontos da cidade tomando os
pontos de saída, inclusive a Estação da E. de Ferro Leopoldina e telégrafo.
Estavam à frente deste
grupo os fazendeiros José Barbosa de Castro Junior, Osório Barbosa de
Castro, Francisco Barbosa de Castro e o
Padre Joaquim Rodrigues Cardoso , e capitaneando o grupo de carabineiros
estavam Manoel Lache e João Machado.
Manoel Laxe Gouvêa
A população aterrorizada por
tão inesperados hóspedes, o povo ficou perplexo, humilhado pela ostentação da
força não atreveu a sair de casa.
Logo manifestou o grupo
ser o alvo daquele movimento invasor a pessoa do Cel. Firmo de Araujo Pereira e
todos os seus filhos.
O Juiz de Direito, Dr.
Joaquim Rodrigues Seixas, diante de tal atitude, sem forças para reagir, sem
comunicação telegráfica, por terem tomado o telégrafo, procurou confabular com
os chefes do grupo logo cedo, obtendo permissão para ir à fazenda do Cel. Firmo
entender-se com ele sobre o ocorrido; de fato seguiu logo o Dr. Seixas para a
fazenda afim de consertar com o Cel Firmo
um plano de maneira a solucionar o caso, de forma a voltar a calma à
população alarmada, pois o Cel era acusado de ser o grande Chefe de gatunos e
criminosos.
O Cel., depois de ouvir a
narrativa do Dr. Seixas, prometeu que no dia seguinte mandaria uma proposta decisiva.
Voltando o Dr. Seixas à
cidade, deu conta da sua incumbência aos Chefes do grupo, respondendo estes que
o mais acertado era o mesmo Dr. Seixas, no dia seguinte, convidar ao Cel Firmo
para uma conferência , cujo encontro seria na fazenda da Praia a 2 kilômetros
da cidade para ali, com a presença do mesmo Dr. Seixas, ficar protocolado o que
fosse resolvido. Eu havia, no dia 5, feito uma viagem a Patrocínio e nada de
anormal havia e, quando no dia 6 voltava a Palma já havia sido bombardeada a
casa do Coletor. Na estação, ao chegar o trem, via-se carabineiros espalhados
por toda parte, foi quando soube do ocorrido. Estando todos os pontos da cidade
guardados por grupos de carabineiros vi-me sem poder sair da cidade. Foi então
que procurei em casa do Padre Joaquim, o Sr. José Barbosa, a quem pedi uma guia para
poder sair em demanda à minha fazenda, obtendo do mesmo uma ordem por escrito
às sentinelas para me franquear uma passagem. No dia 7, estando em minha
fazenda, recebi um chamado do Cel Firmo para irmos ao encontro dos homens
na fazenda da Praia, ponto ajustado para a conferência. Logo seguimos viagem,
indo em nossa companhia Lucidoro Rodrigues Pereira e sem incidente algum
chegamos ao ponto ajustado. Não encontramos ali ninguém, posto que pelas
imediações da casa da fazenda notava-se
escondidos pelas moitas de mato carabineiroas que aguardavam a nossa chegada.
Pouco depois chegou o Dr. Seixas e Anibal Barbosa, dizendo ao Cel. que vinham
sós porque os outros temeram que o Cel viesse acompanhado de homens
armados em represália, tendo o Dr.
Seixas feito Aníbal voltar à cidade para dizer a José Barbosa e Padre Joaquim
que o Cel ali estava só comigo e Lucidoro. Decorrido meia hora, em vez dos
homens esperados, chegou um grupo de uns 8 (homens) carabineiros convidando o
Cel em nome de José Barbosa para ir até a cidade para lá ter lugar a conferência. Ata formal
intimação, em forma de convite, eu, que já via a coisa tomando um caráter diverso tentei voltar dali, mas fui aconselhado por João Machado a não o fazer, pois que
corria perigo visto haver homens emboscados pelo caminho. Atendi, e acompanhei,
caminho da cidade, o Cel. Firmo e Dr. Seixas a pé na frente do grupo, que ia
aumentando com a reunião dos que estavam
emboscados.
Íamos a passos vagarosos e
ao avistar-se a cidade, de súbito foi o Cel. alvejado pelas costas e quase a
queima-roupa por cinco ou 6 tiros de
carabinas que atingiram-lhe o crâneo, tombando ele já sem vida no leito da
estrada, com o crâneo esfacelado pelas balas dos facínoras !! Conquanto
fôssemos eu, Dr. Seixas e Lucidoro poupados a sanha dos carabineiros, sofri tão
violento abalo que mal me podia conter sobre o animal que cavalgava.
Após uma algazarra
infernal feita pelos heróis , nos pusemos novamente a caminho da cidade. O Dr. Seixas
amparado nos braços de João Machado e Lucidoro acometido de um tremor
convulsivo, pedia a cada momento que o
matassem também. Eu, como que bestializado, só me lembro quando voltei a
caminho de minha casa, passando pelo cadáver do Cel. que jazia estendido no pó da estrada, notei que seus
miolos estavam espalhados pelo chão e o seu rosto irreconhecível. Nunca em
minha vida havia sofrido comoção tamanha, e nem até aquela data havia me passado pela mente ser testemunha de
cena tão horrorosa.
Três dias depois daquele
trágico acontecimento meu espírito
abateu-se tanto que temia sofrer um desequilíbrio mental. Assim estava eu
pensando recuperar a calma para o espírito quando no dia 9, lá pelas 2 horas da
tarde, de minha fazenda que distava menos de 1 quilõmetro da do Cel. Firmo,
ouviu-se um forte tiroteio na fazenda, que durou uns 5 minutos de fogo cruzado;
era o grupo da morte que havia atacado a casa da fazenda na procura dos filhos
do Cel. para linchá-los. O prédio ficou crivado de balas que incrustaram nas
paredes e não encontrando ninguém, arrombaram as portas da casa, penetraram em
todas as dependências , quebraram móveis, espalharam pelo assoalho tudo que encontravam nas
gavetas, cômodas, numa verdadeira depredação.
O pessoal da fazenda, que
aos primeiros tiros dos invasores, fugiu embrenhando-se pelo mato próximo, não
tendo, por isso, ninguém ferido.
De um lado, vendo minha
família acometida de verdadeiro pânico, querendo também abandonar a casa com receio de igual invasão dos carabineiros que
procuravam agora os filhos do Cel. Firmo que juraram exterminar Em toda
emergência precisava eu aparentar calma e mesmo revestir-me de coragem para
contê-la, mas no meu íntimo não deixava de temer a sanha do grupo. Não sabia o
que fazer, se acalmava a minha família ou se
recebia as pessoas, homens, mulheres e crianças que chegavam espavoridas ,arquejantes de cansados, pedindo socorro.
Estava neste estado de apreensão
quando chegou a noticia que o
grupo tinha se retirado.
As filhas do Cel. Firmo,
que se achavam na cidade, refugiaram-se em casa do juiz de Direito e foram
poupadas.
Para cumulo da minha decepção , no dia 10 fui
chamado à Palma afim de depor, como testemunha de vista no inquérito aberto por
um delegado militar especial enviado de Belo Horizonte para apurar os fatos. No
mesmo dia que depus como testemunha fui
nomeado pelo Juiz de Direito depositário dos bens e inventariante do espólio do Cel. Firmo que,
digo, cujos bens se achavam em completo abandono. Foi uma luta medonha , pois o
acervo era enorme, constando de gado vacum e cavalar espalhados por diversas
fazendas de pastos sujos. Os bens depois de arrecadados e avaliados foram
vendidos em hasta pública e o produto foi rateado entre os credores
habilitados, cabendo a cada um a parcela de dezesseis (16%) por cento.
O
mesmo grupo, no mesmo dia 7 de julho de 1912,linchou mais 4 indivíduos, José
Fraga, brasileiro, Padeirinho, português, João Simoneaux, francês e Guilherme
de tal, inglês, todos supostos capangas do Cel. Firmo.
Quem foi este homem que
teve tão trágico fim?
Sei eu porque com ele
convivi desde a nossa tenra idade. Firmo de Araujo Pereira era um desses homens
pouco vulgares no gênero, dotado de um gênio especial, espírito arguto,
penetrante e sagaz, senhor de uma força de vontade invencível, amigo leal e
sincero, político até a medula dos ossos. Foi chefe de grande prestígio, tanto
no Estado de Minas até onde pode chegar sua ação e influência, como no Estado
do Rio de Janeiro, onde começou sua vida política. Sem exageros, pode-se dizer
que foi um Pinheiro Machado dentro do
círculo de sua influência, sendo a sua opinião acatada pelos maiorais da
política, gozando de influência em todos
os governos, tanto dos Estados como da República, com os quais
confabulava e trocava idéias sobre a política.
Desde
a proclamação da República, em 1889, ele se dedicou à política no município de
Palma e foi devido à sua real influência que a legendária freguesia do Capivara
foi elevada á categoria de Vila, Cidade e Comarca seguidamente. Até 1900
obstinadamente não aceitou cargo algum de eleição popular. Seu gosto era
dirigir a política, e tinha nisto um prazer especial, era severo nos seus
planos, que nunca falhavam; diplomatas eram os adversários, para os quais tinha
ele toda a gentileza, posto que, não lhes desse tréguas no pleito eleitoral, ao
disputar uma eleição, tinha nisso uma tática extraordinária. Gozou ele de
grande prestígio, em Minas, de todos os governos, desde Bias Fortes até Delfim
Moreira quando lhe foi retirado esse prestígio por causa da eleição de seu
particular amigo Francisco Valadares, cuja candidatura extra chapa foi
sustentada por ele e vitoriosa em toda
zona e reconhecida, crime este que lhe causou a morte trágica como atrás
foi descrita.
Em
1910, vendo seus amigos que o Governo de Minas ia lhe retirando o prestígio,
devido à votação dada por ele a Valadares, promoveram-lhe uma manifestação de
apreço por ocasião de seu aniversário
natalício, em homenagem aos relevantes serviços prestados ao município, não só
como chefe político como Presidente da
Câmara, cargo que vinha exercendo desde 1900 em sucessivas eleições. Esta festa
popularíssima teve lugar no dia 1º de junho de 1910, na qual compareceram mais
de duas (2) mil pessoas, inclusive os chefes políticos dos municípios vizinhos,
Leopoldina, Cataguazes, Muriaé, São Manoel, Carangola , Além Paraíba e grande
número de amigos de Pádua e Miracema do Estado do Rio.
Nessa
ocasião foi-lhe oferecido um retrato em formato grande que foi colocado no
Salão nobre da Câmara Municipal.
Retrato oferecido ao Coronel Firmo de Araujo, em junho de 1910,
encontra-se, ainda hoje, no prédio da Prefeitura de Palma.
Pois
bem. Nada disso lhe valeu.
No
dia 7 de julho de 1912, grande parte desses mesmos amigos foram os promotores
da mão armada que tão bárbara e covardemente o assassinou.
Firmo
de Araújo tinha, como todos os homens, o seu lado fraco, ao par de muitas
virtudes, tinha o grande defeito de proteger toda casta de criminosos e muitas
vezes para servir aos amigos políticos, e assim como dava agasalho a
criminosos, também não regateava proteção a quem dele se recorresse, ainda
mesmo os seus inimigos e desafetos. Daí a versão de ser ele um homem mau.
Não
se registrou fato algum que fosse provado que Firmo de Araujo se serviu dos
malvados e assassinos que viviam debaixo de
sua proteção, para tirar desforra ou vingança de seus inimigos. Ao
contrário, era ele o mais prejudicado, e a prova disto é que tendo regular fortuna, seus filhos ficaram na
miséria, sendo o seu inventário transformado em massa falida, recebendo os
credores 16%.
Esta
é história fiel da vida de Firmo de Araujo Pereira
7
de julho de 1915
(a) Jeremias de Araujo Freitas
ADITAMENTO
ÀS MEMÓRIAS DE MEU PAI JEREMIAS DE ARAUJO FREITAS
Que
não foram mencionadas por ele, e que
fazem parte de sua vida íntima, e que aqui relato para conhecimento de meus
filhos, seus netos, aos quais ofereço para que fiquem conhecendo os troncos da
família.
Meu
pai, Jeremias de Araujo Freitas casou-se em primeiras núpcias em 1875, com
Constança Maria de Campos, filha de Mariano José de Oliveira e de Maria Clara
de Campos
CORONEL JEREMIAS DE ARAUJO FREITAS
DONA CONSTANÇA
(desenho de dona Áurea Freitas,
neta do Coronel e de Dona Constança)
Deste
consórcio tiveram os seguintes filhos: Cristino, nascido em 1876, falecido
poucos meses depois. Horácio, nascido a 17 de março de 1878, Maria, que viveu
poucos dias, Ernestina (1ª ) que viveu 3 dias apenas, Osório, nascido em 1882,
que se casou com Ernestina . (ilegível) e faleceu em 1911; Teofilo, nascido a
18 de setembro de 1884, reside na cidade de
Palma e hoje viúvo de Carmem Rodrigues, Ernestina (2ª) nascida a 18 de
junho de 1886, casou-se com Osório Pereira de Freitas e hoje falecido.
Minha
mãe faleceu no dia 16 de junho após 4 dias do nascimento de Ernestina. Esteve
meu pai viúvo 4 anos, casando-se em 2ª s núpcias com Francisca Rodrigues em janeiro de 1890,
na Fazenda do Fançola (?) , no município de Barbacena
. Deste casamento nasceram
diversos filhos, sendo o mais velho Urias de Araujo Freitas, Agente da
Estação da E. de Ferro Leopoldina; Américo, Elvira, Plínio, Adélia, Juracy,
Cajuby, Iracema, Helena, Lincoln e Francisco, residentes em Palma e no Estado
do Rio.
Quanto
às suas reminiscências , na segunda parte de suas memórias (páginas íntimas)
quanto ao assassinato e vida de Firmo de Araujo Pereira, cumpre-me, como
testemunha de fatos que foram omitidos por meu pai, ou por nãos os conhecer ou
por motivos de foro íntimo, mas que constituem fatos que antecederam ao
fuzilamento sumário de Firmo de Araujo , e que aqui relato tais como se
passaram para complemento ao que relatou meu pai.
No
período de 1904 a 1907 fui Secretário da Comarca de Palma da qual era
Presidente Firmo de Araujo Pereira, e seu secretário particular, por isto
conhecia toda a correspondência trocada entre Firmo e os próceres da política
mineira. Em 1906, se não me falha a memória, estando na Presidência do Estado
Wenceslau Braz e tendo de se processar as eleições para deputados federais, o
Presidente Wenceslau fazia questão fechada de ser o candidato Astolfo
Dutra o mais votado no Estado para que
continuasse na Presidência da Câmara Federal, e como tivesse surgido no
município de Carangola forte oposição contra a sua candidatura, recebeu o
Cel. Firmo de Araujo uma carta
particular e confidencial de Wenceslau encarregando-o de se intervir perante os
políticos de ambos os partidos políticos de Carangola, no sentido de que
Astolfo Dutra tivesse ali maioria dos votos na futura eleição. Em virtude desta
carta, Firmo de Araújo se dirigiu a Carangola e ali entendeu-se com os Chefes
Cel. Francisco Novais e Olímpio Machado, conseguindo destes a promessa formal
de darem a maioria da votação a Astolfo Dutra, uma vez que Wenceslau se
comprometesse a incluir na chapa pa
deputado estadual o nome de Olímpio Teixeira , advogado em Carangola.
Voltando
a Palma, Firmo de Araujo comunicou a Wenceslau o resultado de sua incumbência e
do compromisso assumido, obtendo de Wenceslau, em carta muito amistosa, a
aprovação do compromisso assumido, o qual foi cumprido, tendo Olimpio Teixeira
sido eleito deputado estadual.
Com
este fato mais se firmou o prestígio político de Firmo de Araujo naquela zona
da Mata.
No mesmo ano, e por motivo da agitação política em torno da
candidatura a Deputados Federais, surgiu em Muriaé entre os partidos locais, um
chefiado pelo Deputado Federal Silveira Brum e outro pelo Cel. Francisco
Vermelho, forte dissidência. E, tendo
sido assassinado alí de emboscada, o
jornalista João Martins, redator do jornal do partido da oposição ao deputado
Silveira Brum, foi atribuído a este
e a Francisco Freitas Lima a autoria do
assassinato de João Martins.
Tendo
o Cel. Firmo de Araujo ciência de que os amigos de João Martins, chefes do
partido oposicionista ao Deputado Brum, planejavam a vingança da
morte do amigo, nas pessoas de Silveira Brum e
Freitas Lima, dirigiu-se a Muriaé e dali retirou Brum e Freitas Lima. Dias
depois voltou Firmo a Muriaé, reuniu todos os amigos partidários de João
Martins e chefes do partido, Cel.
Izalino, Vermelho, Antônio e Francisco Teodoro e Medeiros, e em demorada
conferência que durou mais de 3 dias, conseguiu deles om compromisso por
escrito e assinado por todos, de que não vingariam a morte do amigo, uma vez
que Silveira Brum e Freitas lima não continuassem a perseguir e
a mandar matar seus companheiros como vinham fazendo.
De posse do
compromisso assinado por todos os Chefes do partido , chefiados pelos Ceis.
Vermelho e Izalino, Firmo de Araujo comunicou ao Deputado Silveira Brum o
resultado de sua intervenção dizendo-lhe que se responsabilizaria por sua vida e que podia voltar a Muriaé,
quando quisesse, uma vez que cumprisse o que seus adversários exigiam, o que era a coisa mais justa. (Essa
correspondência foi escrita por mim,
como secretário particular que era do Cel. Firmo de Araujo)
Pois muito bem, foram
estes atos de amizade e lealdade, não só
política como particular, que motivaram o bárbaro, covarde e brutal fuzilamento
de Firmo de Araújo no dia 7 de julho de 1912, como o descreveu meu pai na
primeira parte de suas reminiscências , neste caderno.
O Dr. Silveira Brum, homem
ambicioso e de maus instintos, que
pretendia para si a chefia política do 2º Distrito Eleitoral de Minas, achou que Firmo de Araujo
com suas interferências pacificadoras na
política de outros municípios, era um entrave às suas ambições e começou, desde
esta época, a elaborar um plano para eliminar o Firmo de Araujo da política no
distrito, como chegou a revelar a um amigo político, com as seguintes palavras
(reveladas pelo amigo depois da morte de Firmo): “Preciso de qualquer maneira
quebrar o prestígio político do Firmo no meu distrito, porque se ele teve
força perante os meus adversários para
conseguir deles a desistência da
vingança da morte de João Martins, se ele entender de intervir na política do Distrito contra mim,
desaparecerá o meu ideal e prestígio e nem Deputado poderei ser.” Lançando mão
de alguns adversários do Cel. Firmo em Palma,
pôs em prática o seu diabólico plano de extermínio de seu amigo e
benfeitor.
Levantaram na imprensa
mercenária do rio e do Estado uma campanha difamatória contra a reputação, não
só política como particular, intrigas
baixas perante o governo para anular qualquer prestígio que pudesse o governo a
Firmo de Araujo, enquanto Silveira Brum, aproveitando da amizade e
compradesco do Chefe de Polícia, obtinha
a retirada do destacamento local afim de levara efeito o seu plano de cuja execução estava confiada a José Barbosa de Castro Junior ,
figura apagada na política mas de
instintos mais perversos do que Silveira Brum, que teve desfecho no dia 7 de julho
de 1912, como foi descrito por meu pai.
Peçanha , 10 de julho de 1943
Horácio de Araújo Freitas
2ª PARTE
P.S.
José Barbosa de Castro
Junior assumiu então a chefia política e administrativa do município com a
proteção e orientação de Silveira Brum e entendeu de assegurar o seu prestígio
plantando o terror, mantendo sempre capangas e assassinos conhecidos, com o fim
de eliminar todos os que não aderissem a sua políticas sanguinária.
Assim é que logo em
seguida preparou uma emboscada na Caixa Dágua das Estrada de Ferro, no lugar
denominado Pedra Branca, entre as estações de Palma e Banco Verde, onde foi
assassinado dentro do carro do trem expresso seu tio e padrinho Cel. José
Francisco da Silveira Carvalho, que
não concordava com sua política e que tinha prestígio no distrito de Cachoeira
Alegre.
Estabeleceu grande
perseguição sobre todos que foram companheiros e adeptos do Cel. Firmo e
manteve-se no poder, sempre prestigiado, dominando pelo terror. Tantos foram
seus atos de perseguições que ultimamente perseguia os seus próprios
companheiros e parentes, de modo que
contra seus atos levantou-se forte oposição política e o próprio governo já não
lhe dava mais prestígio.
Iam as coisas neste pé,
quando fez-se a eleição para a Câmara
Municipal , em que os vereadores é que elegiam o Presidente e Agente Executivo, por maioria de votos, e tendo seus
adversários indicado para o cargo seu primo Antonino Barbosa, homem honesto e
muito estimado, este teve a maioria de vereadores, fazendo 5, quando José
Barbosa conseguiu eleger 4 vereadores. Assim, tinha Antonino garantida a sua eleição para Presidente da
Câmara. Mas a lei estabelecia que em um
caso de empate na votação, seria decidida a eleição a favor do candidato mais
velho. E sendo José Barbosa mais velho do que Antonino, no caso de empate, seria
ele o Presidente da Câmara,
Assim sendo, José
Barabosa, que estava arruinado financeiramente, precisava continuar vivendo,
como já vinha, às custas dos cofres municipais, arquitetou o diabólico plano de
eliminar um dos vereadores. E poucos dias antes da reunião da Câmara, mandou
seus capangas assassinarem o vereador pelo distrito de Cisneiros, Joaquim Fagundes, homem honesto,
trabalhador e sem inimigos e querido de
todos.
Foi este seu ato a sua
desgraça porque o Governo se interessou
na descoberta dos assassinos, ficxando provado no inquérito a autoria do crime
e José Barbosa como mandante, sendo processado, preso e recolhido à prisão,
tendo sofrido ali toda sorte de humilhação , sendo fotografado em trajes de
Lampião do Norte.
Apesar da benevolência dos
jurados , foi absolvido por um voto apenas, perdeu todo o seu prestígio
político e moral, pobre e quase na
miséria, apesar de ter possuído regular
fortuna, pois só de seu pai herdou mais de cem contos de reis, que naquele
tempo era uma boa fortuna. Querem saber como acabou este homem os seus dias de
vida?
Morreu de morte natural em
casa de uma filha e genro que durante a sua doença não acharam uma pessoa que
as ajudasse a trata-lo, nem a visita de um amigo, e seu cadáver foi posto , por
seu genro e sua filha, em um automóvel e levado para a Estação de Silveira
Carvalho, onde foi sepultado no cemitério construído ali por sua vítima, Cel.
Francisco da Silveira Carvalho.!!!
9 comentários:
Caro José Alberto,
Material muito interessante, você está se tornando o historiador de Palma. Como você disse, apesar de parte dos Diários aparecer na recente biografia do Cel. Firmo, mesmo assim a leitura é muito proveitosa.
Uma pergunta de quem não tem ido muito a Palma: os descendentes do Cel. Jeremias moram aí?
Grande abraço, Roldão
Palma hoje é um paraíso.
Beto, sou neta de Áurea Freitas e, por consequência, tataraneta do Cel. Jeremias!!!
Venho lhe parabenizar pelo belo trabalho de resgate à memória da cidade, bem como lhe agradecer por me apresentar um pouco mais sobre a minha própria família.
Fiquei encantada com o material que tive oportunidade de ler por intermédio de uma avó orgulhosa dos relatos escritos pelas mãos de familiares que vivenciaram essa fase conturbada da história de Palma.
Obrigada, novamente, por nos proporcionar essa descoberta.
Abraço,
Denise
Boa Tarde!! Sou bisneto do Cel. Firmo de Araujo Pereira, meu pai é filho de Theofhilo Benedito de Araujo,e estou impressionado e até constrangido de só nesta altura de minha vida, ter conhecimento de fatos tão IMPORTANTES para a formação de MG. Não conheci meu avô Theofhilo, mais convivi muito com minha querida e saudosa avo Julieta. Nunca nos foram passadas tantas historias da importância do meu BISA...Nasci e cresci em Juiz de Fora, no entanto moro hoje em SP e assim que possível quero visitar PALMA e saber tudo sobre a saga da minha família. Forte abraço!!
Bom dia! Sou bisneta de Jeremias de Araujo, neta de Horácio de Araújo Freitas. Meu pai chamava-se Ary Mendonça Freitas! Tenho xerox destes relatos feitos pelo meu bisavô e das notas complementares feitos pelo Vô Horácio! Uma pergunta: algum de nossos parentes, ainda residem em Palma? Curiosidade em saber da descendência! Um abraço, Dênia Diniz de Freitas - Belo Horizonte- MG.
Cara Denia, sou tb bisneta de Jeremias Araújo Freitas. Gostaria muito de encontrar o ascendente do Pai do bisa Jeremias. No caso seria o pai de nosso tataravô Manoel Antônio de Freitas. Vc tem conhecimento!? Conseguiu cidadania Portuguesa?
O coronel Jeremias é meu trisavô. Sou neta de Cyro e bisneta de Juracy, filha do Coronel em segundas núpcias com Francisca. Cyro (neto do Coronel) reside até hoje em Miracema - RJ, assim como outros parentes. Sei que até hoje também residem em Palma nossos parentes Freitas. Estou alimentando a árvore da família no site Family Search 🙂
Oi Dênia, residem sim, inclusive alguns foram prefeitos da cidade.
Olá, sou filho de Urias Sérgio de Freitas, neto de Urias de Araújo Freitas e bisneto do Cel. Jeremias de Araújo Freitas. Me chamo Urias José Braga de Freitas e moro em Manaus AM.
Localizei sua publicação ao pesquisar sobre uma caderneta encontrada nos documentos de meu pai, falecido no último mês. Ele estava de posse desse documento original o qual guardo agora comigo com muito orgulho.
Trata-se exatamente dessa caderneta com as memórias do Cel Jeremias.
Parabéns pelos relatos históricos.
Urias José - 92 98173-3006 - uriasfreitas@yahoo.com.br ou uriasfreitas@gmail.com
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