Poesia na gaveta é pensamento que não evolui,
é palavra travada na garganta,
que ninguém escuta,que não ecoa,
que não perturba,não tem valor.
Palavra tem que ser dita,
poesia tem que ser lida,
música tem que ser ouvida...
e por aí vai.
É POR ISSO QUE HOJE EU PUBLICO O POETA PALMENSE, FABRÍCIO.PRA VOCÊ LER E OUVIR.
É POR ISSO QUE HOJE EU PUBLICO O POETA PALMENSE, FABRÍCIO.PRA VOCÊ LER E OUVIR.
01 - Disco
Derrapo na faixa. distraio. A pista se move
Há um vão na matéria
Onde o som do atrito escapa
De papo para o ar: vou
No canal - vai o tempo.
- Alô?
( }
"não há ninguém dono fim da linha."
02 - i i no aquário
Peixes atravessam a distância
outros mergulham no aquário
escamas refletem feito espadas
durante o movimento
eles têm escamas
eles têm escamas pontiagudas
durante o tempo durante todo
o tempo
Um cardume solitário
nada mais nada
03 - Faz de conta
O pai com a criança atravessa
a quadra. Paralisa. Apressa. A
criança brilhante quase dorme
quase acorda, rodeada pelo calor que faz na terra.
Continua.
O bafo da combustão incendeia as
praças, o carrossel desfocado tremilica
sob a ilusão do vapor que não leva
a nenhum lugar.
O pai enxuga o suor da testa,
abana o filho que quase acorda
que quase dorme
que fecha e abre os olhos.
Um VRUUUUUMM de quase acorda
Um VRUUUUUMM de quase acorda
um TRIIIII de quase desperta
Um atrito de matéria quase faz
abrir e ele volta quase a dormir.
04 - Uma casinha na frente do mar
A língua do mar vem lamber até
a base da varanda de casa. Dela
passo algum tempo a observar o nascer
das coisas no dia.
Em frente também um horizonte -
que se diz (?)
- diz demais!
Estou na varandinha de casa a
procurar enfim.
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